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Polônia elege no domingo novo presidente
Da AFP
21/10/2005 | 12:37
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Convocados para eleger o novo presidente no domingo, os poloneses escolherão entre a visão de uma Polônia liberal e focada no futuro, encarnada por Donald Tusk, e outra, mais social e católica, representada por Lech Kaczynski.

Apesar de Donald Tusk, 48 anos, ter mantido uma ampla vantagem nas pesquisas durante a maior parte da campanha, a diferença caiu e, a apenas dois dias da votação, ninguém arrisca um palpite certo.

Um instituto de pesquisas chegou a prever, pela primeira vez, um vitória apertada de Lech Kaczynski, 56 anos. "Kaczynski é apoiado por um eleitorado mais tradicional, menos acomodado, originário do campo e das pequenas cidades, que busca um estado mais social, enquanto Donald Tusk tem o apoio dos jovens acomodados e educados que vivem nas grandes cidades", afirma o cientista político Mikolaj Czesnik, do Instituto de Ciências Políticas.

Segundo uma pesquisa recente, Tusk é fortemente apoiado (70%) pelos jovens poloneses, (de 18 a 29 anos), ao mesmo tempo em que Kaczynski tem o apoio de 66% das pessoas com mais de 65 anos.

A diferença também é marcante entre os níveis de escolaridade: pessoas com mais instrução optam amplamente por Tusk; Kaczynski deve receber os votos da população com educação primária.

No entanto, os dois têm vários pontos em comum. Ambos saíram do movimento Solidariedade e reivindicam a herança do primeiro sindicato livre no mundo comunista. O candidato liberal recebeu o apoio do ganhador do prêmio Nobel da Paz Lech Walesa, e o candidato conservador o do sindicato Solidariedade.

Paradoxalmente, ambos aparecem como rivais, apesar de seus partidos terem acertado uma coalizão governamental depois da vitória nas legislativas de 25 de setembro.

Durante a campanha, Lech Kaczynski tentou se apresentar como um recurso contra a experiência liberal, tática que lhe permitiu superar no último momento o adversário nas legislativas, marcadas pela derrota da esquerda.

Kaczynski não hesita em utilizar os símbolos nacionais e católicos da tradição polonesa. Ontem, rezou diante da Virgem negra de Czestochowa e diante da túmulo dos reis da Polônia, na catedral de Wawel, em Cracóvia. Em particular, espera conquistar 15% dos eleitores do populista Andrzej Lepper, presidente do Partido Autodefesa, que ganha terreno com discursos antiliberais.

Já Donald Tusk conta com o apoio do eleitorado da esquerda social-democrata, que não tem representante no segundo turno. Ontem, o atual presidente do país, o social-democrata Aleksander Kwaniewski, pediu indiretamente o voto em Tusk.

Os poderes do presidente eleito para um mandato de cinco anos são menores que os do primeiro-ministro, mas ele é o chefe das Forças Armadas e o coordenador da política externa. Os locais de votação permanecerão abertos no domingo entre as 6h e 20h locais (2h a 16h em Brasília). O resultado da apuração será divulgado logo após o fim da eleição.




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