Os consumidores estão mais interessados em reformar suas residências com recursos do 13º salários e por meio de financiamentos. E de olho nesta demanda, os bancos emprestam dinheiro por meio de linhas específicas para reformas.

A intenção de compra do consumidor por materiais, neste ano, aumentou segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Entre os entrevistados, 6% pretendem adquirir materiais de construção neste fim de ano, tanto com o 13º, quanto com empréstimos. Em 2009, o percentual era de 5% e no ano anterior, apenas 3%.

Estabelecimentos para suprir a demanda não faltam. Segundo dados da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), o País tem 138 mil lojas do segmento. Porém, alguns bancos limitam os empréstimos para aquisições em comércio credenciado.

No BB (Banco do Brasil), por exemplo, os consumidores encontrarão no Grande ABC cerca de 110 estabelecimentos credenciados. A maioria deles se concentra em Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá. São Caetano e Rio Grande da Serra têm, respectivamente, quatro e três lojas vinculadas ao BB. Em Ribeirão Pires, 14 comerciantes vendem seus produtos pelo BB Crédito Material de Construção.

"Estas lojas oferecem condições melhores aos interessados pelo crédito. Mas o cliente que tiver cartão Visa e quiser comprar em estabelecimento que aceite este plástico, também pode contratar o empréstimo", diz o gerente do mercado pessoa física da diretoria do BB em São Paulo, Ullisses Christian Silva Assis.

VALOR- Apenas um reparo ou uma reforma gigante. Os valores disponíveis para as reformas são amplos. No BB, por exemplo, é possível contratar entre R$ 70 e R$ 50 mil para reformas. Porém, é necessário ser cliente do banco.

Itáu Unibanco, Bradesco e Caixa Econômica Federal também têm linhas de crédito específicas para reformas. O HSBC informou que não trabalha com essa modalidade de financiamento.

Descontos chegam até 14% nas lojas

Pesquisando e pechinchando, o consumidor consegue descontos de até 14% nas lojas de materiais de construção quando utilizarem o Construcard, da Caixa Econômica Federal.

Esta oportunidade acontece porque o pagamento aos comerciantes é creditado à vista. E em caso de promoções de determinados materiais, os abatimentos podem ser maiores.

DEMANDA - O Construcard é um dos mais utilizados pelos consumidores, conforme apurou o Diário em estabelecimentos comerciais da região. "É o carro-chefe da Caixa no Grande ABC junto ao crédito consignado", afirmou o gerente regional de pessoa física, Edvaldo Contin. "Neste ano, até outubro, liberamos R$ 100 milhões na linha."

Os juros - de 1,75% ao mês mais taxa referencial que dificilmente ultrapassa 0,1% ao mês - são fixos. E o prazo para a liquidação do empréstimo atinge até 60 meses.

Os contratantes ainda têm seis meses para pagar a primeira prestação. Durante este período, terá que arcar apenas com os juros das compras durante esses meses.

Financiamento garante compras de até R$ 100 mil

No Citi, os clientes devem ter um financiamento imobiliário com o banco em andamento para ter acesso a linha específica para materiais. E este recurso pode atingir até R$ 100 mil, diz a superintendente de produtos pessoa física, Márcia Ambrosano. "Mas vai depender da análise de crédito e da relação que o cliente tem com o Citi", explica.

Mas os pagamentos não entram junto ao financiamento do imóvel. E também terão juros e prazos diferentes. "As taxas, para os materiais de construção, vão de 1,9% a 5,5%", afirma Márcia.

CONSTRUINDO - As obras devem estar em andamento para adquirir o empréstimo para materiais de construção e serviços do Santander. "É para o custo da obra, envolvendo projeto e serviço de arquitetura", exemplifica a superintendente de crédito da instituição financeira, Nerian Gussoni.