Economia Titulo Emprego
Indústria da região perde
4.050 postos em um ano

Saldo em fevereiro ficou negativo em 2.700 vagas, enquanto
que no mesmo mês de 2011 montante era positivo em 1.350

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
14/03/2012 | 07:19
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A indústria no Grande ABC continua dando sinais bastante claros de desindustrialização. A falta de pedidos se reflete em demissões, quando não no fechamento de empresas do setor, que pedem falência ou simplesmente decidem atuar em outro ramo.

A região perdeu, em 12 meses, 4.050 postos de trabalho no setor. Em fevereiro, o saldo ficou negativo em 2.700 vagas, enquanto que no mesmo mês do ano passado o montante era positivo em 1.350 empregos.

O resultado só não foi pior do que em fevereiro de 2009, auge da crise financeira, e quando foram fechados 3.200 postos na indústria das sete cidades.

Os dados integram pesquisa mensal do nível de emprego industrial em todo o Estado de São Paulo do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Além de os estoques seguirem altos, o dólar continua abaixo dos desejáveis R$ 2 pelo segmento. Apesar de estar em torno de R$ 1,80, e não R$ 1,60, como ficou a maior parte do ano passado, não é suficiente para encarecer o produto importado e nem baratear o nacional no Exterior.

O resultado é que nem as exportações estão emplacando e nem os itens de fora param de gerar concorrência desleal com a indústria nacional. "Para se ter ideia, um molde para ferramentaria produzido no Brasil custa em torno de R$ 100. O que vem da China, R$ 15", conta Donizete Duarte da Silva, diretor do Ciesp de Diadema. "Nossas empresas prestam serviço de produzir para alguém. As autopeças da região não desenvolvem produtos, apenas executam o que as montadoras decidem. E é aí que está a desvantagem, pois se podem pagar mais barato, elas vão pagar."

Na comparação com janeiro, mês que costuma sinalizar retomada de contratação no setor - após a dispensa realizada tradicionalmente em novembro e dezembro, meses parados para a produção e fortes nas vendas - o resultado foi ainda pior. Em janeiro, o saldo ficou negativo em 850 postos, ou seja, mais 1.850 trabalhadores foram demitidos.

Os subsetores que mais se prejudicaram foram: produtos de metal exceto máquinas e equipamentos, produtos de borracha e material plástico, metalúrgica, produtos químicos e veículos automotores e autopeças, O município que mais sofreu foi Diadema, com corte de 900 pessoas.




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