Saldo em fevereiro ficou negativo em 2.700 vagas, enquanto
que no mesmo mês de 2011 montante era positivo em 1.350
A indústria no Grande ABC continua dando sinais bastante claros de desindustrialização. A falta de pedidos se reflete em demissões, quando não no fechamento de empresas do setor, que pedem falência ou simplesmente decidem atuar em outro ramo.
A região perdeu, em 12 meses, 4.050 postos de trabalho no setor. Em fevereiro, o saldo ficou negativo em 2.700 vagas, enquanto que no mesmo mês do ano passado o montante era positivo em 1.350 empregos.
O resultado só não foi pior do que em fevereiro de 2009, auge da crise financeira, e quando foram fechados 3.200 postos na indústria das sete cidades.
Os dados integram pesquisa mensal do nível de emprego industrial em todo o Estado de São Paulo do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Além de os estoques seguirem altos, o dólar continua abaixo dos desejáveis R$ 2 pelo segmento. Apesar de estar em torno de R$ 1,80, e não R$ 1,60, como ficou a maior parte do ano passado, não é suficiente para encarecer o produto importado e nem baratear o nacional no Exterior.
O resultado é que nem as exportações estão emplacando e nem os itens de fora param de gerar concorrência desleal com a indústria nacional. "Para se ter ideia, um molde para ferramentaria produzido no Brasil custa em torno de R$ 100. O que vem da China, R$ 15", conta Donizete Duarte da Silva, diretor do Ciesp de Diadema. "Nossas empresas prestam serviço de produzir para alguém. As autopeças da região não desenvolvem produtos, apenas executam o que as montadoras decidem. E é aí que está a desvantagem, pois se podem pagar mais barato, elas vão pagar."
Na comparação com janeiro, mês que costuma sinalizar retomada de contratação no setor - após a dispensa realizada tradicionalmente em novembro e dezembro, meses parados para a produção e fortes nas vendas - o resultado foi ainda pior. Em janeiro, o saldo ficou negativo em 850 postos, ou seja, mais 1.850 trabalhadores foram demitidos.
Os subsetores que mais se prejudicaram foram: produtos de metal exceto máquinas e equipamentos, produtos de borracha e material plástico, metalúrgica, produtos químicos e veículos automotores e autopeças, O município que mais sofreu foi Diadema, com corte de 900 pessoas.
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