Se depender da expectativa dos maiores bancos privados do País, os interessados em contratar crédito para a compra de imóvel terão mais vantagens do que as encontradas no mercado em 2009. Os empréstimos à habitação não são os principais produtos das instituições privadas, mas a previsão de crescimento exponencial deste ramo causa aumento o interesse pelo setor.

E o resultado de maior oferta de crédito, na maioria das vezes, é a disputa acirrada entre bancos, o que pode disponibilizar vantagens para o futuro mutuário.

No ano passado, a Caixa Econômica Federal, instituição bancária estatal, foi responsável por 77,3% da carteira de crédito imobiliário nacional, com cerca de R$ 70,5 bilhões.

Um dos motivos para tamanha representatividade foi a implantação do Minha Casa, Minha Vida, que contou com recursos direcionados, ou seja, provenientes de programas sociais. O restante da carteira, aproximadamente R$ 22 bilhões, pertenceram ao setor privado.

Segundo o superintendente de crédito imobiliário do HSBC, Jaime Chiganças, a projeção do banco é de que este mercado engorde 40% neste ano. "E pretendemos aumentar nossa atuação no setor em 60%", projeta o executivo.

A carteira do HSBC em 2009 somou R$ 600 milhões, resultado que representou avanço de 30% sobre o ano anterior. "Neste ano, pretendemos crescer no Brasil inteiro. Vamos atuar em todos os Estados para alcançar a meta", afirma Chiganças.

AGRESSIVIDADE
O Itaú Unibanco aumentou sua carteira de crédito imobiliário em 2009, ante 2008, em 36,3%, registrando saldo de R$ 8,5 bilhões. "E pretendemos crescer mais, de modo mais agressivo que o mercado", destaca o diretor de crédito imobiliário da instituição financeira, Luiz Antonio França.

O banco trabalhou, em 2009, com dois terços de seus financiamentos para imóveis usados. "Nossa atenção é maior a este segmento, porém não deixamos de lado os demais", argumenta França. Dos R$ 8,5 bilhões financiados, R$ 5,3 bilhões contemplaram consumidores e R$ 3,2 bilhões empresas.

LIDERANÇA
Com 57,1% da carteira de R$ 9,1 bilhões direcionados às pessoas físicas, no ano passado, o Santander não estima qual será o crescimento em sua oferta de empréstimos para este segmento. Mas de acordo com o gerente de negócios imobiliários do banco, Gildo Eduardo Russo, "a intenção é expandir e garantir a liderança do setor entre as instituições privadas".

EMPRESAS
O Bradesco, maior banco nacional privado em ativos totais, tem linha de trabalho diferenciada. Cerca de 70% de seus financiamentos imobiliários foram para empresas. Dos R$ 5,5 bilhões, os consumidores levaram apenas R$ 1,6 bilhão.

Mas segundo o superintendente executivo deste setor da instituição financeira, Cláudio Borges, "o banco vai oferecer volume suficiente para acompanhar a demanda de crédito imobiliário, tanto para a pessoa física, quanto para a pessoa jurídica".