As liqüidações de inverno promovidas pelas grandes redes, shoppings centers e lojas de rua de Santo André, São Bernardo e São Caetano, associadas ao recuo dos preços das tarifas de telefonia e energia elétrica e recomposição da gasolina, que nas bombas do postos de combustíveis das três cidades caiu 0,33% em agosto, foram as principais responsáveis pela baixa inflação ao consumidor medida pela IPC medido pelo Instituto de Pesquisas do Imes (Universidade Municipal de São Caetano) no mês passado.

O grupo Vestuário fechou agosto com deflação (queda dos preços) de 2,15% e teve a maior influência no índice geral medido nas três cidades da região, de -0,18. Segundo o assistente de coordenação do índice, Lúcio Flávio Dantas, os artigos voltados ao público masculino registraram queda de 3,87% ante 3,03% de redução dos produtos destinados ao público feminino. Artigos de calçados tiveram os preços reduzidos em 2%.

Já no grupo Habitação, onde os preços médios recuaram 0,14% em agosto, Dantas aponta como destaques a queda média de 0,38% nos preços das tarifas de energia elétrica e telefonia fixa. Já no grupo Transportes, cujos preços registraram deflação de 0,12% em agosto, tal performance se deve ao litro da gasolina vendida nos postos destas três cidades, que ficaram 0,33% mais baratos ante julho, embora o preço do litro do álcool combustível tenha encerrado o período 0,34% mais caro, ante uma alta média de 3,75% em julho.

Custo mais alto – O custo de vida pesou mais no bolso dos consumidores de Santo André, São Bernardo e São Caetano, nos quesitos alimentação e saúde. No primeiro caso, o Instituto de Pesquisas do Imes detectou alta de 0,67% ante 0,43% no segundo caso. No grupo Alimentação, os cortes de carnes bovina e suína subiram 2,84% ante 2,93% da carne de frango, além de 2,41% no quilo do arroz. Frutas e verduras avançaram 9,31% e 2,54% respectivamente. Fora de casa, a alimentação também ficou mais cara: o preço médio dos lanches prontos subiu 1,19%.

Já no grupo Saúde, o assistente de coordenação do IPC-Imes/ABC chama a atenção para os aumentos de 0,72% nos custos dos serviços médicos e para o reajuste de 1,37% dos serviços odontológicos.

Perspectiva – A coordenação do Índice de Preços ao Consumidor do ABC aguarda uma retomada gradual no ritmo de crescimento da taxa de inflação nas três cidades onde é apurado o indicador. Isso se deve a incorporação dos novos preços de artigos de vestuário – com a chegada da nova coleção – e ao comportamento dos produtos alimentícios.