Política Titulo Silêncio
José Francisco e Prefeitura se calam sobre condenação

Presidente da Florestan não quer comentar punição do TJ-SP

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/11/2011 | 07:30
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A Prefeitura de Diadema e o diretor-presidente da Fundação Florestan Fernandes, José Francisco Alves (PMDB), silenciaram sobre a condenação em segunda instância do peemedebista no caso da contratação de escritório de advocacia sem licitação quando ele gerenciava a Saned, entre 1997 e 1999.

A equipe do Diário ligou diversas vezes para José Francisco, que não retornou aos pedidos de entrevista. Posicionamento semelhante teve a administração Mário Reali (PT). Questionado sobre se o cargo do responsável pela Florestan Fernandes estaria ameaçado, o governo não respondeu.

Desde que saiu a condenação em segunda instância no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, José Francisco tem evitado contato com o meio político. Alguns vereadores relataram a dificuldade de conversar com o político, um dos principais articuladores do PMDB de Diadema.

A decisão do TJ também passou batida na sessão da Câmara, na quinta-feira. Ninguém comentou sobre o assunto publicamente ou defendeu o peemedebista no Legislativo, apesar de José Francisco já ter presidido o parlamento, no biênio 1979/1980.

O comentário no meio político da cidade foi que a eclosão do caso poderá afetar diretamente a campanha do PMDB. Embora descartada pela militância petista para indicar o vice na chapa de reeleição de Mário Reali (PT), a legenda não desistiu de ver a vereadora Cida Ferreira (PMDB) no palanque do PT em 2012.

CONDENAÇÃO
O diretor-presidente da Florestan Fernandes foi condenado por dois contratos firmados com o escritório João Marques de Azevedo Buonaduce - Oscar Moraes e Silva Advogados Associados quando era superintendente da Saned, na gestão de Gilson Menezes (PSB, 1997 a 2000). Ao todo, a empresa firmou três acordos que, somados, resultavam em R$ 4,4 milhões para defender a Saned de processo movido pela Sabesp.

À época, alegando notória especialidade, José Francisco autorizou a admissão do escritório sem licitação. Por denúncia do hoje deputado federal José de Filippi Júnior (PT), o Ministério Público abriu investigação e determinou que o peemedebista, Gilson, Renato Campagna (ex-superintendente da Saned responsável pelo último contrato), José Carlos Calandrelli (ex-diretor administrativo da autarquia) e os donos da advocacia precisariam devolver o montante aos cofres públicos.

Em primeira instância, José Francisco foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto. Curiosamente, a sentença foi divulgada quando o político pertencia ao primeiro escalão da gestão de Filippi. Gilson também teria de ressarcir o dinheiro ao Paço e teve seus bens bloqueados.

Após recorrer, o atual vice-prefeito conseguiu retirar seu nome da lista de arrolados no processo. Pela condenação, José Francisco terá de recolocar R$ 3,9 milhões aos cofres públicos e perderá os bens ou valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, sua função pública, além de suspensão dos direitos políticos por cinco anos. Ele poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.




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