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Juros dos bancos aumentam em fevereiro
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
15/02/2011 | 07:04
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As taxas médias de juros cobradas pelos bancos no cheque especial e empréstimo pessoal subiram em fevereiro. No entanto, o Procon-SP considerou a elevação como normal, mas destacou que os juros nacionais são agressivos aos consumidores por figurarem entre os mais altos do mundo.

Segundo pesquisa realizada pela entidade, a taxa média mensal de juros do cheque especial passou de 9,13% para 9,29%.

O Procon-SP apurou o custo da modalidade em sete instituições financeiras. E cinco apresentaram elevação em comparação ao que cobravam e janeiro.

Para o empréstimo pessoal, o levantamento revelou que o avanço foi menor, passando de 5,34% ao mês para 5,39%.

Nesse caso, das sete instituições que estão na pesquisa, duas elevaram suas taxas em comparação a janeiro.

De acordo com a técnica do órgão de defesa do consumidor, Helena Gerencer, os pesquisadores da entidade coletaram os dados das taxas máximas pré-fixadas. Os juros são para clientes não preferenciais, independentemente do canal de contratação. Ao cheque especial, o período para cálculo é de 30 dias. E para o empréstimo pessoal, o prazo de contrato é de 12 meses.

Segundo Helena, a alta média do custo do crédito ao consumidor era esperada. "O BC (Banco Central) tomou medidas, desde o fim do ano passado, para conter o crédito no País, o que fez o empréstimo encarecer. O governo fez isso para conter a inflação deste ano", explicou.

"Mas como as taxas são livre no mercado financeiro, o Procon considera que todas elas são muito altas e ficaram mais ainda. Portanto o importante é que o consumidor evite fazer esses tipos de empréstimos", disse Helena.

BANCOS

O Banco Safra e a Caixa Econômica Federal foram os únicos que mantiveram inalteradas as suas taxas, ante pesquisa do Procon-SP de janeiro. O Safra tem o custo mais alto do cheque especial entre as sete instituições, com 12,30% ao mês. Enquanto o banco público mantém o custo mais baixo da modalidade, com 7,15%.

O HSBC apresentou a menor taxa de juros para empréstimo pessoal, com 4,30% ao mês.

Empréstimo pessoal atinge até 6,30% ao mês

O empréstimo pessoal do Itaú Unibanco é o mais caro entre os sete bancos que figuram na pesquisa do Procon-SP. A taxa apurada pela entidade, no dia 2, era de 6,30% ao mês. Em janeiro, o registro era de 6,02%.

"Só vale a pena o consumidor contratar esse crédito se for para liquidar outro empréstimo mais caro", afirmou a técnica do Procon-SP Helena Gerencer.

Portanto, se o cliente tem dívida com o Itaú Unibanco no cheque especial, que passou de 8,75% para 8,85% na comparação mensal, o empréstimo pessoal seria uma das alternativas de substituição mais barata.

O Bradesco elevou a taxa do empréstimo pessoal de 6% ao mês, em janeiro, para 6,04% em fevereiro.

Conforme o levantamento, Bradesco e Itaú Unibanco foram os únicos, entre os sete bancos pesquisados, que aumentaram os juros do empréstimo pessoal. Procurados pela equipe do Diário, ambos não responderam aos contatos até o fechamento desta edição.

CHEQUE

O Santander não elevou o empréstimo pessoal, mas passou o cheque especial para 9,96% ao mês, ante taxa de janeiro de 9,66%. Por nota, o banco informou que "este aumento reflete a série de elevações da Selic ocorridas nos últimos meses e o impacto das ações macroprudenciais tomadas pelo governo".

O HSBC encareceu para 9,80%, ante 9,55%. Por nota, a instituição informou que as taxas são "de referencia e variam de acordo com a evolução do mercado financeiro".

E o Banco do Brasil aumentou o custo do cheque especial em 0,10 ponto percentual, para 8,15% ao mês. Mas não respondeu ao pedido de entrevista.

Modalidade é opção de crédito para emergência

A técnica do Procon-SP lembra que o cheque especial é empréstimo de último caso. "Como ele é muito caro, o interessante é utilizar apenas em caso de emergência", diz. Os bancos colocam este crédito à disposição dos clientes de forma automática, quando entram no vermelho. "E os consumidores não podem contar com ele como um segundo salário. Não podem ficar sem pagar por muito tempo", explica Helena.

No entanto, boa parte dos consumidores brasileiros está acostumada com a modalidade. Conforme estudo Bancos: Exclusão e Serviços, do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), 60,5% da população é bancarizada. Emparelhando o resultado ao Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os bancos têm cerca de 115 milhões de clientes.

O último boletim de operações de crédito do BC revela que essas pessoas ficam, em média, 22 dias sem saldo positivo, ou seja, dentro da margem do cheque especial, desconsiderando os dias sem juros que alguns bancos oferecem.




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