O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, denunciou nesta quarta-feira a política de "guerra preventiva" e o "unilateralismo" do ocidente, em discurso pronunciado na Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) durante o qual não fez qualquer referência às negociações em curso sobre o programa nuclear de seu país.

Na primeira intervenção nas Nações Unidas, o novo presidente ultraconservador iraniano não criticou nenhum país em particular, mas denunciou a insistência de potências ocidentais para que Teerã renuncie a seu programa nuclear.

"De acordo com a Carta da ONU, todos os países membros devem ter os mesmos direitos", lembrou. "Incentivar medidas preventivas com base nas avaliações de intenção e não em fatos concretos nada mais é do que uma expressão moderna de intervencionismo e de tendências belicistas, em contradição flagrante com o espírito da ONU", discursou Ahmadinejad.

"Aceitar o unilateralismo constitui uma total negação da ONU e de sua razão de ser", considerou.

O discurso do presidente iraniano foi pronunciado num momento em que funcionários do governo de Teerã buscam elaborar novas propostas para eliminar as suspeitas de que quer desenvolver a arma atômica.

Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha esperam que os três dias de debates na reunião de cúpula mundial da ONU sirvam para somar um maior apoio dos principais dirigentes do mundo a eventuais sanções das Nações Unidas contra o Irã.