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Pesquisas contra obesidade encontram novos caminhos
Do Diário do Grande ABC
16/11/1999 | 14:34
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A possibilidade de se fazer nos animais a orientaçao de alguns tecidos adiposos para a produçao de calor em detrimento do acúmulo de reservas abre uma nova via potencial para a pesquisa terapêutica contra a obesidade, segundo especialistas.

Existem duas formas de tecidos adiposos ou gordurosos: o tecido negro, uma espécie de radiador interno, orientado para a produçao de calor ou a manutençao da temperatura do corpo, e o tecido branco, envolvido na obesidade, cujo objetivo é fazer reservas.

Sob algumas condiçoes, como o jejum ou a exposiçao ao frio, uma parte das células adiposas podem se transformar em tecido negro ou em células equivalentes, segundo os trabalhos apresentados esta segunda-feira pelo professor Saverio Cinti, da Universidad de Ancona (Itália), no congresso anula da Associaçao Norte-americana de Estudo da Obesidade (NAASO), que está sendo realizado em Charleston (Estados Unidos), de 14 a 18 de novembro.

O tecido adiposo é considerado, a partir de agora, um órgao que secreta hormônios, como, por exemplo, a leptina, enfatizou o professor Bernard Guy Grand, especialista francês em obesidade. ``O organismo humano adulto tem muito poucos tecidos adiposos brancos, os quais, em compensaçao, sao muito desenvolvidos nos roedores', acrescentou.

Ao contrário, segundo as experiências relatadas durante congressos, quando o animal é submetido ao calor, a transformaçao pode dizer respeito até 20% das células negras em células de reservas.

A experimentaçao animal também mostrou possibilidades de manipulaçoes medicamentosas para desviar o metabolismo do organismo para a produçao de calor em detrimento do acúmulo de gorduras.

``É uma via potencial de açao terapêutica', comentou o professor Guy Grand. Mas ainda é preciso encontrar células específicas do tecido adiposo humano suscetíveis de reforçar o efeito estimulante de substâncias da família da adrenalina, naturalmente produzidas pelo organismo. De fato, moléculas interessantes nos ratos resultaram decepcionantes para o homem, acrescentou.

A obesidade é um grande problema de saúde pública nos Estados Unidos, onde afeta a ``um norte-americano em cada cinco, ou seja, mais de 22% da populaçao norte-americana', segundo o Dr. George L. Blackburn, presidente da NAASO.

Quase um terço das pessoas que vive nas Uniao Européia (UE) tem excesso de peso, e uma em cada dez é obesa.




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