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Assembléia Geral da ONU obtêm consenso sobre reformas
Do Diário OnLine
Com AFP
13/09/2005 | 21:08
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A Assembléia-Geral adotou nesta terça-feira, com as reservas de Cuba e Venezuela, o documento sobre a reforma da ONU (Organização das Nações Unidas) que será assinado na Cúpula Mundial da organização de 14 a 16 de setembro.

A aprovação do texto aconteceu em uma sessão plenária da Assembléia-Geral e foi confirmada pelo presidente do fórum, o gabonense Jean Ping, sentado ao lado do secretário-geral Kofi Annan. "Assim foi decidido", disse Ping, confirmando a adoção.

Após o anúncio do resultado da votação, Cuba e Venezuela pediram a palavra para expressar suas reservas.

Em nome da Venezuela, o chanceler Alí Rodriguez lamentou que seu país "tenha sido excluído, como muitos outros, desse processo", ao se referir ao ao grupo de 33 nações que negociou o documento.

O venezuelano também lamentou o fato de não ter tipo tempo de ler, com cuidado, suas 39 páginas. "É fisicamente impossível aprovar um texto desta natureza. Sou um leitor rápido, mas apesar de tudo não pude ler com a velocidade suficiente", ironizou.

Já o vice-chanceler cubano, Abelardo Moreno, reclamou de vários parágrafos e descreveu o processo negociador como "falta de transparência e sensibilidade".

Em contrapartida, o embaixador da Grã-Bretanha na ONU, falando em nome da União Européia, avaliou que a "adoção deste documento é uma tremenda conquista".

O texto foi resultado de semanas de negociações que terminaram nesta terça-feira à tarde, a menos de 24 horas da abertura da Cúpula Mundial, na qual se deve aprovar a reforma mais ambiciosa da ONU desde sua fundação há 60 anos.

As fontes consultadas admitiram que é um texto consideravelmente menos ambicioso do que o que serviu de base, o projeto de reforma apresentado por Annan há meses, após consultas com um grupo de especialistas.

"Ninguém está 100% feliz, de modo que a questão é saber quantos ficarão tremendamente insatisfeitos", disse Jan Eliasson.

Eliasson é o próximo presidente da Assembléia-Geral, no lugar de Ping, cujo mandato encerrou hoje, com o final do 59º período de sessões desse foro e a abertura do 60º.

Annan - O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, saudou nesta terça-feira a aprovação de um documento sobre a reforma da ONU, mas lamentou que o texto não tenha incluído um capítulo sobre desarmamento e não-proliferação.

"As boas notícias são que temos um documento pronto" para ser assinado na Cúpula Mundial da organização, de 14 a 16 de setembro, disse Annan à imprensa, depois que a Assembléia-Geral adotou o documento, com as reservas de Cuba e Venezuela.

Annan criticou, porém, a falta de um capítulo sobre desarmamento e não-proliferação no texto, fato que classificou de "verdadeiro desastre".

"Eu lhes pediria que não o descrevessem como um fracasso", afirmou Annan, em conversa com os jornalistas, que destacaram que o aprovado é bem menos ambicioso em termos de conteúdo do que o secretário-geral esperava.

"Uma reforma é um processo, não um sucesso, e vamos continuar (com ele) depois da cúpula (de líderes mundiais que começa na quarta-feira em Nova York)", ressaltou Annan.



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