Depois de passar por duas rebelioes em menos de cinco dias, a unidade da Febem de Ribeirao Preto liberou neste fim-de-semana, em caráter emergencial, 70 adolescentes dos 190 que estavam recolhidos na instituiçao. A decisao foi tomada, em conjunto, pelo juiz Paulo Gentile, da Vara da Infância e da Adolescência, pelo Ministério Público, representado pelo procurador Henrique Pacini, e pela direçao da Febem.

Em uma reuniao na tarde de sábado, foi avaliado que o prédio nao reunia condiçoes para abrigar com segurança todos os internos, e foi definida a quantidade e quais seriam liberados.

A última rebeliao, no sábado, começou com uma desavença entre os adolescentes no meio da semana. Na quinta-feira, os adolescentes de um dos pavilhoes iniciaram uma rebeliao, que foi acalmada horas depois com a chegada de representantes do Ministério Público.

Na madrugada de sexta-feira, um interno foi espancado por um grupo de adolescentes rivais e teve de ser levado, em estado grave, para a unidade de emergência do Hospital das Clínicas. O fato foi o estopim para a rebeliao, que começou em um dos pavilhoes e foi se estendendo por toda a unidade, com os internos quebrando parte do muro que separa os dois pátios, e arrombando portas e cadeados que separam os pavilhoes.

A situaçao se agravou quando os adolescentes alcançaram as oficinas e conseguiram produtos inalantes, como solventes e tintas. A Polícia Militar foi chamada e permaneceu fora do prédio, até que os internos conseguiram chegar na ala onde ficam os protegidos e "jurados de morte".

Quando os policiais entraram no prédio, houve confronto, mas, de acordo com o Ministério Público, houve apenas ferimentos leves. Segundo o procurador Henrique Pacini, do Ministério Público, a açao rápida conseguiu evitar que os danos fossem maiores. "Com a intervençao, conseguimos evitar fuga em massa de 190 adolescentes, e garantimos a segurança dos menores protegidos", afirmou Pacini.