As pessoas interessadas em adquirir um cartão de crédito devem ter alguns cuidados antes de assinar contrato com a operadora. Existem muitos tipos de cartões atualmente no mercado, e os modelos variam de acordo com o perfil do cliente. Para quem viaja muito ao exterior, por exemplo, existem os internacionais. As pessoas de alta renda conseguem limites de crédito superiores com os chamados cartões ouro. O problema é que os encargos cobrados pelo serviço, como juros e anuidade, também variam de um modelo para outro. Por isso, é imprescindível que os clientes escolham os produtos que mais atendam as suas necessidades e menos pesem no bolso.

Outro fator que deve pesar na hora da escolha é a operadora ou o banco emissor do cartão. Números do mercado mostram que os encargos são definidos por cada uma das instituições. O Banco do Brasil oferece taxa de juros no crédito rotativo de 8,30% ao mês em seu cartão Ourocard Internacional, enquanto a Visa chega a cobrar 12,90% no mesmo período, tanto no Internacional quanto no Gold.

Apesar de praticar a taxa mais alta (12,90%), a Visa, em contrapartida, oferece a maior variação dos juros, de 3,90% a 12,90%, e, conseqüentemente a menor taxa. Para se fazer a comparação, no entanto, leva-se em consideração apenas a maior taxa, uma vez que as melhores condições de pagamento são oferecidas em função do relacionamento entre o cliente e a empresa, sendo que, na maioria das vezes, estes descontos devem ser solicitados pelo próprio consumidor. Já a Credicard oferece a menor variação, de 10,50% a 11,50%, no cartão de crédito nacional. Alguns emissores, no entanto, nem oferecem esta diferença.

A anuidade e a renda exigida para a aquisição do cartão também ajudam o consumidor a definir o melhor produto para o seu bolso. Quem ganha até R$ 490 pode adquirir um cartão OpenCard do HSBC. Porém, quem quiser um Sudameris Gold precisa comprovar uma renda mensal de R$ 7,2 mil. Se a comparação for com base na anuidade, o valor cobrado tanto no Bradesco Nacional quanto da Caixa Nacional é de R$ 48, contra R$ 210 no American Express Gold. “Quanto mais elitizado o cartão, mais caro o consumidor vai pagar por ele”, afirmou o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira.

Boas compras – Apesar de todos os encargos, o cartão de crédito pode ser um bom instrumento de pagamento, se o consumidor souber utilizá-lo. O ideal, segundo o economista, é ter apenas um cartão, para não gastar com despesas de manutenção do produto. “Hoje em dia os cartões são aceitos em quase todos os estabelecimentos”, disse Oliveira.

Já o presidente da Andif (Associação Nacional de Defesa dos Consumidores do Sistema Financeiro), Aparecido Donizete Piton, orienta os consumidores a não comprar produtos supérfluos e não pagar o valor mínimo da fatura, utilizando o crédito rotativo. Segundo ele, os juros são abusivos.

Piton disse que as pessoas que se sentirem lesadas pelos juros praticados pelas operadoras de cartão de crédito têm o direito legal de reclamar os valores cobrados na Justiça. O li-mite é 1% ao mês.