Economia Titulo Comércio
Loja de rua se renova
para atrair público

Redes estão modernizando lojas para atrair os consumidores
e proporcionar uma experiência mais agradável nas compras

Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
05/11/2011 | 07:14
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Mesmo com a indústria dos shoppings centers avançando a passos largos no Grande ABC, o comércio de rua não deverá sucumbir à concorrência de peso que cresce a passos largos. Isso porque os polos comerciais de rua ainda detêm a maior parte das vendas no setor de varejo.

As redes estão modernizando as lojas para atrair os consumidores e proporcionar experiência mais agradável de compra. Custo menor da operação está entre os principais motivos que levam os empresários a investir nesses locais, pontua a professora de comunicação no ponto de venda da Escola Superior de Propaganda e Marketing Heloísa Omine.

Atenta ao mercado, a Kalunga reformulou suas filiais neste ano, afastando os caixas para a lateral direta da entrada, dando mais lugar à exposição de produtos na vitrine. Itens de informática, que atraem os consumidores, foram trazidos para a frente. "Boa parte de nossas lojas fica nas ruas e a mudança nos levou a bons resultados", afirma o diretor comercial, Hoslei Pimenta.

Em outubro, a rede inaugurou sua quinta loja na região, em São Caetano. Essa é a segunda instalada em rua. No fim de 2012, a marca abrirá a sexta filial, no São Bernardo Plaza Shopping, no bairro Ferrazópolis. O executivo diz que as vantagens da loja de rua são as vendas maiores e a estrutura enxuta no quadro de funcionários. Por outro lado, o shopping requer gasto menor com segurança, mas equipe maior devido ao horário estendido.

A porta de entrada da Yogoothies em Santo André foi a Rua das Figueiras. O diretor de operações da rede especializada em frozen yogurt, Heberth Curcovezki, afirma que o custo operacional da unidade de rua é 60% menor do que a instalada em shopping. "Apesar do fluxo menor de cliente, o franqueado tem lucro líquido maior, recuperando mais rápido o investimento."

Curcovezki pondera que apesar do gasto menor com a loja de rua, é preciso investir mais em marketing. Esse modelo também permite ampliar o modelo da franquia, que no shopping ficaria muito caro. A rede planeja um ponto de rua em São Caetano e outros no Grand Plaza e no Metrópole.

Conseguir preço mais baixo para o consumidor é o motivo da sócia da rede de vestuário infantil Kids Store by Pimpolho, Maria de Fátima Favoretto, não investir nos shoppings. As unidades estão na Rua das Figueiras (Santo André) e na Rua São Paulo (São Caetano). Redes de vestuário como Marisa, Escala e Hope Lingerie também miram a região. 

OUTLET - Como as lojas de desconto normalmente não estão localizadas nos shoppings, a estratégia da franquia Outlet Lingerie é ocupar os espaços disponíveis nas ruas de bairros nobres. O diretor Maurício Michelotto diz que esse modelo de operação permite ter preços competitivos. A rede, que comercializa peças com até 70% de desconto e inaugurou unidade em Santo André em outubro, quer chegar a São Bernardo e São Caetano.

 

Ruas comerciais são shopping a céu aberto

Dar ao consumidor a sensação de estar fazendo compras em um shopping center a céu aberto está entre as pretensões das ruas comerciais. Calçadas alargadas e estacionamento facilitado são algumas das iniciativas mais comuns no País, segundo a professora da ESPM Heloísa Omine. É exatamente essa a ideia que os lojistas da Rua Jurubatuba, de São Bernardo, querem colocar em prática no ano que vem.

O objetivo é dar mais comodidade aos frequentadores, assim como acontece no comércio popular da Rua Oliveira Lima, em Santo André, que tem parte da via coberta. "O varejo de rua tem de se vitalizado para atender os consumidores das classes C e D. As pessoas querem resolver tudo perto do trabalho ou de casa, logo, ter um comércio estruturado faz diferença", pontua Heloísa.

FIGUEIRAS - Com quase 100 estabelecimentos comerciais e de serviços a partir da Avenida Prestes Maia, a Rua das Figueiras atrai principalmente os consumidores com poder aquisitivo mais elevado de Santo André. Levantamento feito pelo Núcleo de Líderes de Santo André mostra que nessas imediações existem pelo menos 28 bares e restaurantes.

"A gastronomia é uma das especialidades da Figueiras. Há muito tempo, os consumidores não precisam se deslocar até São Paulo para encontrar estabelecimentos agradáveis. Muitos empresários vão para o Exterior aprimorar suas habilidades para atender o cliente", afirma a secretária executiva da Nulsa, Regina Guirelli.




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