Os diálogos foram gravados num hotel em São Paulo e Sarlo tinha como interlocutor um assessor de Medeiros, encarregado de fazer os contatos para Chong se encontrar com o deputado. O advogado liga para um coronel, chega a passar o telefone para seu interlocutor escutar parte da conversa, e define o oficial como "cara forte". Mais adiante, o assessor pede para que Sarlo o ajude, por meio do coronel, a verificar alguma coisa no Exército, em Salvador. De imediato, o advogado pede o favor diretamente para o militar.
Apesar de confirmar a existência do coronel e de outro oficial, que seria da área de inteligência, a Polícia Federal está cautelosa quanto ao envolvimento dos militares com o grupo de Chong. "É prematuro dizer alguma coisa. É necessário, antes de tudo, apurar", afirma um investigador envolvido na Operação Shogum, que levanta as atividades do empresário chinês no Brasil, onde é considerado pelas autoridades como um dos maiores contrabandistas.
O nome de um dos oficiais aparece várias vezes na gravação – em parte dela, cita o nome do político de quem seria ligado. Para os investigadores, apesar de ser relacionado ao militar, o parlamentar que aparece nas gravações não tem nenhum envolvimento com a apuração das fraudes.
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