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Rio reúne 60 em passeata pela liberação da maconha
02/05/2004 | 20:25
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A passeata em defesa da liberação da maconha reuniu cerca de 60 pessoas na tarde deste domingo, na Praia de Ipanema, na zona Sul do Rio. O número de participantes foi bem inferior à primeira manifestação, dois anos atrás, quando 500 pessoas caminharam da Praça Nossa Senhora da Paz ao Posto 9. Com cartazes e faixas, os manifestantes cobraram do governo a legalização da maconha e o direito de plantar a erva.

“Acho que o movimento foi esvaziado porque hoje o usuário é acusado de financiar a violência do narcotráfico e isso inibiu muito as pessoas, que não querem se expor. Mas por esse argumento, quem come no McDonald’s financia a guerra do Iraque e o terrorismo internacional”, afirmou o psicólogo Luiz Paulo Guanabara.

A ONG coordenada por Guanabara, a Psicotropicus, começou a organizar a passeata, mas deixou o movimento há um mês, depois que se acirrou a guerra na Rocinha. “Essa é uma passeata espontânea”, afirmou.

Durante a passeata, os manifestantes gritavam palavras de ordem, como “Ah-ah-ah! Eu quero é plantar”, “Viva Marcelo Anthony”, “Ô-ô-ô Garotinho é ditador”. O grupo foi saudado por banhistas que estavam no Posto 9, mas não aderiram à passeata. Policiais militares disfarçados de repórteres acompanharam o trajeto de cerca de 500 metros. Eles chegaram a anotar nomes e fotografar os manifestantes, mas não houve incidentes. Ao contrário da passeata de 2002, não houve consumo de drogas. Todo a movimentação foi gravada por duas equipes de documentaristas.

Manifestantes davam depoimentos sobre o movimento, experiência com drogas e repressão policial. Um jovem, estudante de Gastronomia, deu receitas culinárias com a erva. Uma estudante de 17 anos contou que foi denunciada pela mãe para o Juizado de Menores, teve de se submeter a um ano de tratamento com psicólogas e assistentes sociais, mas nunca deixou de fumar maconha.




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