O PSB colocou o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), na parede com relação à negociação para escolha do vice nas próximas eleições. O partido exige a permanência do atual ocupante do cargo, Gilson Menezes (PSB), para corrida eleitoral do próximo ano na chapa que será encabeçada pelo petista.
O princípio de racha dentro da administração começou após a afirmação de Reali sobre possível acordo para ter outra sigla em sua legenda. O prefeito aventou optar pelo PMDB e PCdoB, além do próprio PSB, para concorrer ao pleito municipal, fato que gerou críticas pesadas do presidente socialista de Diadema, Manoel José da Silva, o Adelson.
"Achei estranho o prefeito falar esse tipo de coisa. Para o PSB, não tem nem negociação. O posto de vice é do Gilson e ponto. Se o Mário oferecer esse posto para outra legenda, o PSB lançará candidato próprio a prefeito em 2012", ameaçou Adelson, hoje secretário de Segurança Alimentar do governo.
Adelson comentou que o partido não abre mão da cadeira, mesmo se Gilson optar por se ausentar da disputa política. "Isso será um desrespeito com o Gilson e com o PSB. Seria falta de lealdade".
O presidente socialista também negou que a sigla esteja negociando candidatura paralela na disputa pela Prefeitura com legendas aliadas. Boatos apontam que parte da sustentação de Reali busca referendar o presidente do Legislativo, Laércio Soares (PCdoB), como postulante ao Paço em 2010. "Seria injusto com o Mário eu ficar com gracinha articulando candidatura".
A aliança entre PT e PSB foi sacramentada em março de 2010, com a inclusão de Adelson no primeiro escalão da gestão petista. Antes disso, o PSB fazia oposição a Reali, até por ter indicado o presidente socialista como vice na chapa do ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) em 2008.
Filiado ao PSB, o vereador Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi, entrou em saia justa dentro da legenda. No fim de semana, o parlamentar de Diadema colheu cerca de 1.000 assinaturas para a fundação do PSD, partido projetado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A ajuda a outra sigla causou descontentamento de parte dos militantes do PSB.
De acordo com Célio Boi, ele apenas auxiliou um amigo. "Pediram para que eu ajudasse a ter assinaturas para o PSD. Cheguei até a ser repreendido no PSB por isso, mas falei para eles que não tenho a menor intenção de ir para lá. Estou feliz no PSB e vou continuar aqui", defendeu o socialista.
O presidente municipal do PSB, Manoel José da Silva, o Adelson, acatou a argumentação de Célio Boi. Porém ressaltou que se o vereador estiver negociando com o PSD, poderá haver sanções partidárias. "Se ele costurar um acordo político, o PSB com certeza travará discussão interna para analisar o caso", ameaçou.
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