Economia Titulo Perdeu força
Inflação atinge menor índice para outubro desde 2000

IPCA varia 0,26% no mês e dá sequência à
desaceleração; em 12 meses, acumula 7,87%

Paula Oliveira
Especial para o Diário
10/11/2016 | 07:08
Compartilhar notícia
Divulgação


A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), segue dando sinais de desaceleração. O indicador atingiu, em outubro, o menor percentual para o mês em 16 anos. Com variação de 0,26%, só não perde para o índice apurado em outubro de 2000, de 0,14%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Esse dado é histórico e muito positivo. Na virada de setembro para outubro, a inflação subiu, mas porque o índice em setembro veio muito abaixo (puxado pelos preços dos alimentos, que recuaram 0,29% no mês), o que surpreendeu. No entanto, há uma desaceleração muito clara, e vejo isso como um bom sinal”, explica o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.

Embora o IPCA tenha acelerado entre setembro, quando atingiu 0,08%, e outubro, com variação de 0,26%, quando se compara ao mesmo mês de 2015, com 0,82%, percebe-se que a inflação vem perdendo força. Outro indicativo é o comportamento dos preços no acumulado de 12 meses, que aceleraram 7,87%. No mesmo período encerrado em 2015, porém, a variação era de 8,48%. Ainda, no acumulado do ano, o IPCA atinge 5,78%. No intervalo de janeiro a outubro de 2015, se tinha alta de 8,52%.

NO MÊS - Em outubro, mais uma vez o fator que contribuiu para conter a inflação foi o comportamento dos preços dos alimentos, que recuaram, na média, 0,5%. “Embora tenha sido uma queda menos intensa do que a do mês anterior, a retração ajudou bem a conter a taxa inflacionária. Os alimentos compõem o grupo que mais pesa no bolso do consumidor, e produtos importantes na despesa de famílias apresentaram queda em outubro”, explica a coordenadora de índices de preços ao consumidor do IBGE, Eulina Nunes.

Entre os itens que mais contribuíram para a diminuição estão o leite longa vida, que ficou 10,68% mais barato; o feijão-carioca, que recuou 8,79%; e a cenoura, com redução de 5,34%. A carne, por sua vez, subiu 2,64%.

Os itens que mais encareceram, na contramão, estão no grupo de transportes, que aumentou 0,75%. O que mais contribuiu foi o preço do etanol, ao ficar 6,09% mais caro, e que interferiu também no valor da gasolina, que subiu 1,22% mesmo com o anúncio da Petrobras de redução dos valores na refinaria. Era esperada redução de R$ 0,05 no litro do combustível, mas, na região, por exemplo, se viu aumento de até R$ 0,04. Também encareceram seguro de veículo (1,70%), botijão de gás (1,19%) e plano de saúde (1,07%).

“A expectativa é exatamente essa que estamos observando. Esperávamos que haveria desaceleração da inflação e todos os analistas já projetam o ano de 2017 com inflação abaixo da de 2016”, aponta Balistiero, referindo-se ao fato de o Boletim Focus, que traz as projeções do mercado, apostar em IPCA de 7% no fechamento deste ano (ainda acima da meta, de 4,5%, e do teto da meta, de 6,5%) e em 5,62% para o ano que vem. Em 2015, a inflação encerrou o ano em 10,67%.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;