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Ministro da Fazenda pretende tirar mais incentivos
11/05/2010 | 07:00
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo vai retirar mais estímulos ao crescimento da economia, havendo inclusive redução do consumo do próprio governo, caso a economia mostre aquecimento acima do esperado.

"A economia já voltou a crescer nos níveis pré-crise, alguns dizem que há superaquecimento; não sei se há, mas com certeza a economia está aquecida. Em função disso, todos os estímulos estão sendo retirados e o BC (Banco Central do Brasil) subiu os juros em 0,75 ponto percentual, bem acima do que alguns países fizeram. Então já há uma desativação dos estímulos, e continuaremos reduzindo-os se necessário, inclusive para diminuir a demanda do setor público para que tenhamos um crescimento equilibrado neste ano e nos seguintes", disse o ministro em palestra durante seminário Brazil Infrastructure Summit, no Rio de Janeiro.

Em seguida, em entrevista, o ministro explicou que a redução do consumo do governo deverá ocorrer via cortes em programas de custeio dos ministérios. "Estamos estudando essa possibilidade, mas temos que olhar com cautela. Se for confirmado um crescimento bem mais forte do que esperamos, acima de 6%, podemos reduzir o consumo do governo e os gastos correntes de ministérios podem ser diminuídos", afirmou.

Indagado por jornalistas sobre que cortes seriam esses, Mantega esclareceu que vai manter "todo o programa de investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)", caso contrário seriam criados gargalos. "Os programas sociais serão mantidos e os programas de custeio podem ser postergados ou diminuídos", acrescentou.

Segundo Mantega, a demanda doméstica está mostrando crescimento de 8% a 8,5% e a redução do ritmo dessa expansão, se necessário, ocorrerá através do setor público e não do setor privado.

Mantega disse também que os investimentos já retornaram ao nível de expansão de antes da crise e deverão crescer de 18% a 20% neste ano, sendo que a taxa de investimento (formação bruta de capital/PIB (Produto Interno Bruto) deve chegar a 18,5%, ante uma taxa de 16,7% em 2009.

Mantega afirmou que não vê "probabilidade de formação de bolha no Brasil" assim como disse discordar de que há problemas fiscais no País.




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