Economia Titulo Fora de casa
Região ganha 721 bares e restaurantes

Crescimento econômico, aumento da oferta de empregos e
melhora na renda estimularam abertura de estabelecimentos

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
12/03/2012 | 07:32
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Celso Luiz/DGABC


O Grande ABC ganhou, no ano passado, 721 opções de bares, restaurantes, lanchonetes, cantinas e hotéis. O volume de aberturas no setor gastronômico é semelhantes ao de 2010, quanto foram lançados 744 estabelecimentos. Os dados foram levantados pela Central Mailing List, empresa de armazenamento de informações, com base nos registros da Receita Federal.

A abertura de negócios nesse segmento reflete o bom momento da economia em 2010, quando houve melhora na renda e crescimento na oferta de emprego. "Com mais dinheiro no bolso, as pessoas acabam comendo mais fora de casa", afirma Marcos Rodrigues, diretor comercial da Central Mailing List.

Para o presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Wilson Bianchi, existe outro fator além desse. "Nosso setor é um amortecedor de políticas malfeitas. Quando as pessoas perdem o emprego em metalúrgicas, por exemplo, acabam optando por usar a rescisão para abrir um bar ou restaurante."

Os municípios que mais se destacaram pelo aumento no número de estabelecimentos gastronômicos de 2010 para 2011 foram Mauá, que saltou de 79 para 110 e Diadema, de 87 para 109. São cidades que estão se desenvolvendo, onde há muito espaço para a expansão desse comércio. "O próprio crescimento das construtoras acaba favorecendo a ação desse setor. Afinal, onde tem um condomínio sempre acabam sendo abertas pizzarias e lanchonetes, por exemplo."

No caso de São Caetano, que recebeu o ParkShopping São Caetano no ano passado, das 66 novas empresas, 11 estão no complexo de compras.

Para Bianchi, além de os negócios lançados no ano passado aproveitarem o momento da economia, eles estão se especializando cada vez mais para vencer a concorrência. "Muitos, antes de abrirem as portas, realizam cursos de qualificação e trabalham com produtos ou serviços diferentes. Não é como antigamente, em que a pessoa simplesmente abria um bar, sem diferencial algum. Eles estão investindo mais." Um exemplo é o Bar Água Benta, de São Bernardo, que abriu as portas em janeiro do ano passado, e tem como carro-chefe a linguiça bragantina e o filé a parmegiana para petisco, e conta com chope e nove rótulos de cerveja. "Já abrimos pensando em algo diferente e direcionado a um determinado público, nesse caso, acima de 30 anos e de classe média para alta", explica o sócio Thiago Pucca.

Seu parceiro na empreitada é seu pai, Jean Carlos Pucca, que possui restaurante em Santo André há 14 anos, o Porto Jardim. "Uma das cozinheiras eu trouxe do restaurante do meu pai. Além disso, os garçons contratados têm curso de mâitre e sommelier." O investimento inicial superou os R$ 200 mil e o retorno ainda é lento. "Pelo menos completamos um ano, o que é um ótimo sinal, já que 80% dos negócios quebram no primeiro ano. Passando do segundo, a gente deslancha."

Para os próximos anos, a perspectiva é que o Grande ABC ganhe ainda mais estabelecimentos gastronômicos. Neste ano, o Golden Square Shopping deverá ser inaugurado em São Bernardo e também deve ocorrer a expansão do Grand Plaza Shopping, em Santo André.

Poderia ser melhor se as sete cidades contassem com melhor estrutura hoteleira. São Bernardo, Santo André e São Caetano perderam a chance de ser sub-sedes da Copa do Mundo de 2014 pela falta de hotéis de grande porte. Em 2011, houve a abertura de três, todos de pequeno porte.




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