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Tropas israelenses deixam Jenin mas invadem área em Gaza
Do Diário OnLine
Com Agências
19/04/2002 | 14:27
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O Exército israelense deixou nesta sexta-feira a zona autônoma de Jenin, ao Norte da Cisjordânia, após três semanas de ocupação. Com isso, enfermeiros de órgão como a Cruz Vermelha foram autorizados a entrar na cidade, onde mais de duas mil casas foram destruídas.

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) à região, Terje Roed-Larsen, afirmou nesta quinta que "descobriu um horror que supera o entendimento". Larsen também qualificou de "inaceitável" a decisão de Israel "de não permitir por 11 dias a entrada das equipes de salvamento" no campo de refugiados de Jenin.

Com o fim da ocupação, os palestinos começaram a desenterrar os corpos dos mortos no conflito que haviam sido enterrados no pátio do hospital do acampamento. Dez cadáveres foram levados ao cemitério do acampamento.

Os corpos de outras 26 pessoas foram retirados dos escombros das casas destruídas. Durante o trabalho de resgate, um homem foi encontrado vivo após ter passado 10 dias entre entulhos. O homem foi internado e o funcionário dos serviços de socorro da Meia Lua Vermelha (Cruz Vermelha dos países muçulmanos), Hossam Charkaui, não soube informar seu estado de saúde.

A situação, considerada como um "massacre" pela comunidade internacional refletiu no governo americano. O presidente George W. Bush, em comunicado divulgado pela Casa Branca, defendeu a investigação da situação no local.

A Anistia Internacional informou que há provas de que a operação militar de Israel em Jenin desrespeitou as leis internacionais. O órgão quer que sejam apurados abusos de direitos humanos contra palestinos.

No entanto, o porta-voz do premiê israelense Ariel Sharon, Raanan Gissin, afirmou que uma investigação independente sobre o ocorrido em Jenin "não é necessária". "Todas as provas sobre Jenin estão visíveis já em todo o mundo", acrescentou Gissin. "Os que acham que uma investigação independente é necessária baseiam sua opinião numa nova circulação de mentiras", acrescentou.

Novas ocupações — Apesar da desocupação de Jenin, tropas invadiram áreas da Faixa de Gaza. Houve resistência. Um palestino suicida explodiu o caminhão cheio de explosivos que dirigia nas proximidades de uma base militar. Dois soldados ficaram feridos.

Durante as novas ocupações, dez palestinos morreram vítimas de disparos israelenses. As tropas descobriram um potente artefato explosivo que foi neutralizado nas região de Netzarim, ao Norte da Faixa de Gaza.

Outros dois palestinos, disfarçados de soldados israelenses, morreram perto da colônia de Netzarim, quando pretendiam atacá-la. A operação foi reivindicada pelas Brigadas Al-Qods, braço armado do movimento radical Jihad islâmica. Junto aos corpos foram encontrados kalashnikovs e uma escada para pular os alambrados que cercam a colônia.

Outro palestino, que transportava explosivos, foi abatido quinta-feira à noite quando tentava entrar na colônia de Duguit, no norte da Faixa de Gaza, disse o exército israelense.




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