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PF deve buscar estrangeiros ilegais no Complexo da Maré
Do Diário do Grande ABC
06/02/2000 | 18:36
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A Polícia Federal (PF) começa a discutir nesta segunda-feira a realizaçao de um levantamento dos moradores do Complexo da Maré, em Bonsucesso, zona norte do Rio. A intençao é identificar estrangeiros que vivem ilegalmente na regiao. Segundo investigaçao da Polícia Civil, um grupo de mercenários angolanos estaria participando da guerra pelo controle de pontos-de-venda de drogas nas favelas. Na noite de quinta-feira, a Nova Holanda, uma das 15 comunidades do complexo, foi invadida por traficantes rivais, que mataram seis pessoas.

Os imigrantes que tiverem visto de permanência ou registro fornecido pela Organizaçao das Naçoes Unidas (ONU) nao terao problemas. Quem estiver com a documentaçao vencida terá de regularizar sua situaçao ou deixar o país em oito dias. Os imigrantes ilegais poderao ser extraditados imediatamente. A Polícia Federal informou neste domingo, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que o objetivo do levantamento "nao é discriminar angolanos, mas combater a imigraçao ilegal de uma maneira geral".

Sem provas - O comandante do 22º Batalhao da Polícia Militar (Benfica), tenente-coronel Rosemberg Rodrigues da Silva, negou neste domingo haver indícios da participaçao de uma milícia de angolanos no recrutamento de jovens da Favela do Timbaú, no Complexo da Maré, conforme aponta a Polícia Civil. "Nao sabemos nada disso, essa história surgiu de informaçoes passadas pela comunidade, mas nao há provas que comprovem o envolvimento de estrangeiros no crime", disse o comandante.

Cândido Ponte Neto, diretor da organizaçao nao-governamental Caritas, que presta assistência a refugiados no país, nao acredita na participaçao de angolanos no crime.

Segundo ele, há 1.100 refugiados angolanos em situaçao legal no Rio e nao haveria registro de incidentes com eles. Sábado (05) Neto já declarou que os imigrantes "têm se manifestado muito coerentes e dignos". A ONG faz um trabalho comunitário com a Arquidiocese do Rio há cerca de 20 anos.

Na sexta-feira, o inspetor Antônio Augusto Abreu, chefe do setor de investigaçoes da 21ª DP, em Bonsucesso, afirmara que havia suspeitas do envolvimento de "mercenários angolanos" com traficantes da Favela do Timbaú. "Sao mercenários angolanos exímios atiradores e preparados para situaçoes de guerra, que estao recrutando jovens para o tráfico." A Nova Holanda está ocupada pela Polícia Militar desde sexta-feira.




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