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Rússia: catástrofes aéreas foram um duplo atentado terrorista
Da AFP
30/08/2004 | 15:43
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As duas catástrofes aéreas de terça-feira passada na Rússia, que deixaram 90 mortos, foram causadas por um duplo atentado terrorista, anunciou nesta segunda-feira o FSB (Serviço Secreto Russo).

"Hoje, podemos dizer com total certeza que os dois aviões que caíram em conseqüência de atentados terroristas", declarou o chefe do departamento de equipamento técnico e científico do FSB, tenente-general Andrei Fetissov, citado nesta segunda-feira pela agência Itar-Tass.

Os dois aviões desapareceram das telas de radar quase simultaneamente na noite da última terça-feira e caíram perto de Tula e de Rostov-en-Don, causando 44 e 46 mortos, respectivamente.

A hipótese de um duplo atentado terrorista ou, inclusive, de um ataque suicida contra os dois aviões começou a ser levantada no último sábado depois que o FSB anunciou ter encontrado no Tupolev 134, que caiu perto de Tula, os mesmos traços de explosivos que havia no Tupolev 154, que caiu em Rostov-en-Don.

As análises preliminares dos fragmentos dos aparelhos revelaram que havia traços de hexôgeno, um explosivo potente de uso militar e civil.

A destruição dos dois aparelhos foi reivindicada na sexta-feira passada por um grupo islâmico pouco conhecido e chamado "Brigadas Islambuli" que, segundo afirmaram, agiu em apoio aos separatistas chechenos.

Suspeitas - A promotoria-geral, os serviços secretos e a polícia estão investigando duas mulheres, mortas cada uma em um dos aviões, que teriam nome checheno e cujos corpos não foram reclamados por ninguém depois do anúncio da catástrofe.

As duas chechenas, identificadas como Amnat Nagayeva, 30 anos, e Satsita Jebirkhanova, 37, eram amigas. Elas dividiam um apartamento em Grozny, capital da Chechênia, com uma irmã de Amnat, Roza Nagayev, e com Maryam Tabyrova, informou um jornal russo nesta segunda-feira.

Funcionários do governo russo verificaram que os restos mortais supostamente de Nagayeva e Jebirkhanova estavam mais destruídos e espalhados do que os corpos dos demais passageiros.

O jornal Izvestia entrevistou familiares das duas suspeitas. "Eu não acredito que ela estava no avião", disse um dos irmãos mais velhos de Amnat, Isa Nagayev. "Acho que ela se perdeu em algum lugar e os terroristas usaram seu passaporte", afirmou.

A mãe de Nagayeva também acredita que a filha não estava no avião. "Ela nunca andou de avião na vida. Ela não sabe ir para o aeroporto e não sabe fazer bombas", disse ela.

No entanto, os familiares não souberam explicar o motivo do desaparecimento das duas mulheres e tampouco seu paradeiro. O jornal Izvestia não mencionou se foi pedido às famílias que reconhecessem os corpos.

Sobre o passado das duas mulheres, o jornal informa que ganhavam a vida vendendo roupas no mercado central de Grozny e viajavam com freqüência a Baku, capital do Azerbaijão.




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