O Corinthians ainda tem dois jogos para encerrar sua participação no Brasileiro deste ano. Mas o técnico Emerson Leão já não esconde sua apreensão em relação a 2007. O comandante não quer ver se repetir no ano que vem o sufoco enfrentado pelo time do Parque São Jorge na atual temporada, quando o alvinegro esteve na zona de rebaixamento do Nacional até a metade do segundo turno. Mais do que isso, o treinador fez questão de ressaltar que a missão de evitar o rebaixamento do Timão para a Série B foi a tarefa mais ingrata que já enfrentou na carreira como técnico.

“Esse é o trabalho mais perigoso que aceitei, foi o maior risco que passei na carreira, mas não me arrependo", afirmou Leão, que também chegou a livrar o Internacional do rebaixamento, em 1999. “O primeiro passo era sair do rebaixamento, e isso foi alcançado (atualmente, o time está na 11ª colocação). Mas, em 2007, não quero apenas fugir e fugir. O objetivo tem de ser conquistar e conquistar. Por trás desse clube, tem uma torcida acostumada a alçar vôos altos. E ela quer continuar lá em cima.”

Mas, para evitar surprensas desagradáveis na próxima temporada, Leão cobra mais do que reforços para o elenco. O treinador quer maior organização no Departamento de Futebol, às moscas em virtude das divergências entre as diretorias do Corinthians e da parceira MSI. Atualmente, o setor é comandado, teoricamente, por Renato Duprat, que assumiu a função depois que Kia Joorabchian – presidente da MSI – se fixou em Londres.

“Conversei com o presidente (Alberto Dualib) para saber qual o pensamento e filosofia de quem administra. Esbarramos num problema de não haver definitivamente uma pessoa presidindo a parte de futebol”, afirmou Leão.

Apesar das incertezas, o técnico implora a contratação de novos jogadores para o grupo. “Os pedidos não são para mim. São para quem deseja conquistar, e o Corinthians é um clube que deseja conquistar.”

A preocupação de Leão com a chegada de reforços tem fundamento. Desde que assumiu o Alvinegro, os principais contratados foram o lateral-esquerdo César, ex-São Caetano, o volante Magrão, ex-Palmeiras, e o atacante Amoroso, ex-São Paulo. Este último, no entanto, tem sido muito questionado pela torcida em virtude do baixo redimento apresentado com a camisa corintiana. Os três foram contratados como peças de resposição após as saídas dos argentinos Tevez e Mascherano e a contusão de Nilmar, que ainda não acertou sua permanência no clube para a temporada 2007.