Foram assim confirmadas como definitivas as condenaçoes de Krenz, 62 anos, a seis anos e meio de prisao, de Guenter Schabowski, 70 anos, e Guenther Kleiber, 68, a três anos de prisao cada um.
Um recurso foi apresentado tanto por Krenz e os outros dois acusados, que esperavam uma anulaçao da pena, como pelo promotor, que por sua vez queria uma condenaçao mais severa contra o ex-número um alemao-oriental.
Os juízes de Leipzig rejeitaram a apelaçao apresentada pelas duas partes, justificando que os três homens estavam envolvidos nas decisoes sobre o Muro por causa das altas funçoes que ocupavam no aparelho de Estado da ex-RDA.
Krenz e os dois ex-dirigentes foram condenados a 25 de agosto de 1997 por um tribunal de Berlim por sua responsabilidade política na morte de muitos fugitivos na fronteira interalema.
Mais de 900 alemaes-orientais morreram baleadois ou afogados no mar Báltico, ao tentar passar para o ocidente, até a queda do Muro de Berlim, no dia 9 de novembro de 1989, segundo a associaçao berlinense ``13 de Agosto'.
A promotoria tinha pedido entao onze anos de cadeia para Krenz, nove para Shavowski e sete e meio para Kleiber.
A defesa pedia a absolviçao dos três acusados, afirmando que o regime nas fronteiras da RDA dependia de ordens procedentes exclusivamente de Moscou, e que os responsáveis da RDA nao podiam modificá-las.
Depois do veredicto desta segunda-feira, tornado público na véspera do 10º aniversário da queda do Muro, os acusados devem começar a pagar suas penas nas próximas semanas. Já nao há possibilidades de mais recursos pela lei na Alemanha.
Dez anos depois da reunificaçao, este é o maior e último julgamento contra altos dirigentes da RDA pelos ``mortos do Muro'.
``O que aconteceu hoje é a volta aos tempos da guerra fria', disse Krenz, ao ouvir a sentença, depois de condenar os julgamentos contra os ex-responsáveis alemaes-orientais.
``Aceito o julgamento e cumprirei minha pena', disse Kleiber. Schabowski estava ausente.
O advogado de Krenz, Robert Unger, informou que a condenaçao de seu cliente era uma aplicaçao retroativa abusiva da lei. ``A proteçao armada das fronteiras da RDA era uma decisao alema-oriental que nao pode ser julgada pela justiça alema-ocidental', argumentou.
Ele também destacou que tinha apresentado um recurso ante a Corte Européia dos Direitos Humanos em Estrasburgo (França) e estudava uma apelaçao ante a Corte Constitucional federal alema, contra o cumprimento da pena de prisao.
Erich Honecker, que dirigiu a RDA por 18 anos (1971-1989) escapou da justiça e morreu em 1994, no Chile.
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