Jean Marie Lorand, de 51 anos, havia feito um apelo urgente à sociedade, através de um livro autobiográfico em que pedia ``ajudem-me a morrer' dignamente. ``Anuncio-lhes que depois de mais de dois anos de luta pelo respeito a meu direito de morrer dignamente, consegui que um médico me ajude a praticar uma eutanásia que nao podia fazer por mim mesmo', escreveu no comunicado em que anunciava sua morte. Condenado à cadeira de rodas desde os 9 anos de idade, Lorand sofria de um mal incurável, conhecido como a enfermidade de Charcot-Marie-Tooth.
Nos últimos meses, o mal tinha atingido o sistema cardiopulmonar, condenando-o a morrer por asfixia. A morte ocorreu em pleno debate político sobre a eutanásia, aberto de novo pelo Senado belga por iniciativa de seis partidos da coalizao governamental liberal-socialista-ecologista.
A maioria governamental, que pretende despenalizar de forma parcial a eutanásia, justifica este projeto pelas ``eutanásias praticadas cotidianamentem cuja falta de segurança jurídica gera práticas semiclandestinas'.
Para o senador liberal Philippe Monfils, a morte de Lorand destaca a emergência de legislar em matéria de eutanásia. O parlamentar lamentou que nove meses depois do começo das conversaçoes no Senado, os parlamentares ainda nao tenham conseguido aprovar um texto.
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