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Ministra assume seu lado militante em Diadema
Evelize Pacheco e Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
12/08/2004 | 23:41
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Vestindo a camisa da militância, a secretária especial de Política de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, subiu no caminhão de som e fez discurso de campanha ao lado do prefeito José de Filippi Júnior (PT) nas ruas do bairro Taboão, em Diadema. Fez questão de ressaltar que está em férias (que terminam nesta sexta-feira) e que estava ali porque era uma trabalhadora do governo Lula. “Eu sempre fui petista.”

A busca ao voto em Diadema completou a agenda da ministra, que esteve em várias atividades de militante em Mauá, Santo André e Ribeirão Pires. Nesta sexta-feira ela continuará a peregrinação eleitoral em São Bernardo e Rio Grande da Serra.

Com os tradicionais elogios à experiência do candidato, Matilde mandou um recado à mídia e aos críticos do presidente. “Nada como falar com quem entende, é bom reafirmar isso, porque antigamente éramos acusados de ser inexperientes e toda a experiência que nós tinhamos acumulado nas várias gestões e agora no governo federal, ainda somos acusados de inexperientes.”

Matilde também circulou pelo comércio, acompanhando o prefeito e o cortejo de assessores, mas não era reconhecida imediatamente pela população. Em todos os locais que paravam, Filippi fazia questão de apresentá-la, o que atraía a curiosidade dos eleitores. “Não conhecia ela, o Filippi aqui está garantido (de voto), mas sempre é bom ter um reforço”, disse Pedro Paulo, dono de uma loja de produtos de limpeza.

Como ministra, Matilde pediu a candidatos petistas que, se eleitos, criem organismos dentro das prefeituras para combater a discriminação racial. Para ela, quando tais políticas são tratadas isoladamente elas acabam se dispersando. “Um organismo, seja ele uma coordenadoria ou um departamento, tem mais visibilidade”, disse. “É possível mudar culturas machistas e racistas. Basta os governos colocarem essas questão como prioridades para resolvê-las”, completou.

Em Mauá, por exemplo, o candidato a prefeito Márcio Chaves, prometeu criar uma coordenadoria para a formação de políticas de igualdade racial. Ele afirmou que, se eleito, também vai criar cotas em um curso preparatório para vestibular que pretende instituir na cidade para atender pessoas pobres e que têm dificuldades para ingressar em universidades públicas. “Vamos levar esse projeto adiante”, disse o petista.

Matilde defendeu as cotas para negros em universidades públicas – como a que deverá ser criada no Grande ABC. Ela disse que entre os alunos que freqüentam universidades públicas atualmente 80% a 90% são brancos.

A ministra disse que sua idéia é motivar a militância do PT a ir para as ruas pedir voto para os candidatos petistas. “Vamos convencer nossos vizinhos, nossos familiares, nossos alunos e alunas. Vamos para as ruas. Temos de fazer a nossa parte”, afirmou Matilde para militantes do PT e vereadores da coligação que apóia a candidatura de Márcio em Mauá.

Ações – Em Ribeirão Pires, Matilde participou de um chá da tarde com cerca de 100 mulheres na casa de um colaborador do Partido dos Trabalhadores.

Segundo a vereadora Elza da Silva Carlos, a Elzinha do PT, a ministra pediu políticas municipais, tanto do Executivo quanto do Legislativo, para o combate ao racismo e à discriminação contra as mulheres. “A ministra ressaltou que todos tem responsabilidade na luta contra todos os tipos de preconceitos, principalmente, o poder público em todas as suas instâncias” afirma Elzinha.

Colaborou Evandro De Marco




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