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Patrícia afirma que não houve pagamento de resgate
Do Diário OnLine
28/08/2001 | 17:29
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A filha do empresário Sílvio Santos Patrícia Abravanel, libertada nesta terça-feira após sete dias em cativeiro, afirmou que sua família não pagou resgate aos seqüestradores. "Há muita coisa que estão falando errado", declarou a filha do apresentador, que admitiu não ter se envolvido nas negociações. Especula-se que Sílvio Santos pagou cerca de US$ 2 milhões para ter a filha de volta. A Secretaria de Segurança Pública confirma que houve pagamento de resgate, mas não revela o valor.

Patrícia concedeu uma eufórica e concorrida entrevista coletiva na tarde desta terça, em sua casa, no bairro do Morumbi (zona Sul de São Paulo), e agradeceu inúmeras vezes à 'ajuda de Deus' durante o seqüestro.

"Eles falaram que meu Deus é poderoso, porque eles não entendiam como eles estavam fazendo isso (o seqüestro). Eles estavam arrependidos, nem queriam mais o meu dinheiro", declarou da sacada de sua casa para dezenas de jornalistas que se acotovelavam no local.

Muito eufórica, Patrícia afirmou que foi bem tratada pelos seqüestradores e que esteve presa em 'um lugar bom'. "Não era em uma favela. Era um bairro bom", citando o bairro do Morumbi. Pelo que ela descreveu, o cativeiro seria um quarto iluminado e confortável, com cama e janela. Patrícia contou também que foi mantida amarrada durante os primeiros dias e solta em seguida, logo que "conquistou a confiança" dos seqüestradores. Ela disse ainda que podia andar pelo cômodo, que tomou banho nos dois primeiros dias do seqüestro e que ganhou roupas dos criminosos.

Patrícia disse que teve contato com três pessoas durante o cativeiro. Segundo a universitária descreveu, eles usavam máscaras e aparentavam ser jovens. Um dos algozes, segundo a filha de Sílvio Santos, arrependeu-se no primeiro dia e deixou o grupo. "Eu não aguento o Deus dessa menina. Ele é muito forte", disse Patrícia, reproduzindo uma fala do suposto fugitivo.

Ela contou também que os seqüestradores 'não tocaram em um fio de cabelo' seu e a respeitaram muito. "Eles me chamavam de princesa", afirmou. "Um deles escreveu, em uma Bíblia que eu tinha, que eu era a melhor pessoa do mundo", prosseguiu. Patrícia descreveu que tomou chá quente, comeu pipoca, jogou baralho e dominó com os algozes, que a deixavam "escolher a programação da televisão". A universitária contou que optou por assistir a um canal gospel, para "sentir-se em paz".

Patrícia confirmou que foi capturada na garagem de casa, na manhã da última terça-feira, quando saía de carro em direção à Faap, no Pacaembu, zona Oeste da capital. A filha de Sílvio Santos contou que foi libertada durante a madrugada de terça-feira – entre a meia-noite e 2h - nas imediações do Palácio do Governo. A universitária descreveu que foi avisada pelos seqüestradores que seria solta de qualquer modo, com ou sem pagamento de resgate, e foi colocada em seu carro com os olhos vendados. "Eles me pediram para contar até 25 e ir embora", contou. Ela disse ainda que se despediu da quadrilha, pedindo que fizessem o bem.

A filha de Silvio Santos chegou em casa sozinha, dirigindo o próprio carro – um Passat blindado.




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