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Marcas apostam em superesportivos

Cenário econômico, portfólio de produtos e vasta tecnologia alavancam interesse pelos modelos

Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
05/11/2011 | 07:30
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Mais que um meio de locomoção, o carro é sinônimo de investimento e até mesmo de status para o brasileiro. De acordo com especialistas, a compra de um veículo (no País) envolve 80% de emoção e apenas 20% de razão. Talvez este seja o motivo pelo qual os superesportivos estão cada vez mais caindo nas graças do público.

Quando se fala neste tipo de veículo, os primeiros modelos que vêm à cabeça são as Ferraris. Talvez pela semelhança com os bólidos de Fórmula 1, pela beleza, ou mesmo pelo DNA das pistas, a marca do cavalo rompante desperta o interesse de quem é apaixonado por carro. Com portfólio de quatro modelos, nenhum sai por menos de R$ 1,350 milhão. É o caso da Califórnia, que vendeu nove unidades no Brasil entre janeiro e outubro deste ano, de acordo com os dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores.

"Nossa próxima aposta no Brasil é o modelo FF (o primeiro carro da marca com tração nas quatro rodas), que ainda não tem preço fixado nem data certa para chegar ao País", afirmou Francisco Longo, presidente do Grupo Via Itália - importadora oficial da marca.

Quem também está despertando paixões é a Audi. A montadora lançou seu primeiro superesportivo no Brasil (R8 V8) em maio de 2008, para reforçar a imagem esportiva da marca no País. "Temos uma longa tradição neste segmento, herdada principalmente da participação em corridas de longa duração, como as 24 horas de Le Mans, que para nós é o principal laboratório de testes de novas tecnologias, que passam a ser usadas nos carros de rua, como é o caso do R8, por exemplo", diz Leandro Radomile, diretor de marketing e vendas da Audi do Brasil.

Vale lembrar que, além dos veículos puramente esportivos, há as derivações de modelos convencionais nos quais a Audi, tradicionalmente, acrescenta a sigla ‘S' ao nome: TTS, RS 6, RS 5, entre outros. A mais recente aposta da marca foi o R8 GT.

"No segmento esportivo estamos apresentando atualmente o RS 3 e, no início de 2012, lançaremos o TT na versão RS. Com o S6, S7 e S8 pretendemos emparelhar nossa linha esportiva com os produtos oferecidos pela marca no mercado europeu", completa Radomile.

PÚBLICO CONSUMIDOR - De acordo com as montadoras, o público que compra carros superesportivos geralmente é composto por homens, com estilo de vida jovem, pertencentes às classes A e B e que buscam exclusividade na performance e, principalmente, no design do produto.

E foi enxergando este potencial que a General Motors do Brasil decidiu trazer o Camaro para cá. Segundo a montadora, o ícone norte-americano já vendeu 1.839 unidades entre setembro de 2010 e setembro de 2011 no mercado brasileiro.

Segundo o gerente sênior de vendas de automóveis da Mercedes-Benz do Brasil, Dirlei Dias, "o cenário econômico, a desvalorização do dólar, o portfólio de produtos e a alta tecnologia dos motores de alta performance contribuíram para aumentar o interesse do cliente brasileiro pela compra de automóveis deste segmento."

 

Peugeot aposta em segmento, Nissan quer abandonar nicho

No Brasil, o mercado de luxo corresponde a 0,5% do total de vendas, - estimado em 3,5 milhões até o fim do ano. Destes, 31% são representados por cupês e roadsters, e é de olho neste nicho que a Peugeot lançou, há duas semanas, sua nova aposta: o RCZ. Mas, além dos números, a marca quer corresponder aos que buscam exclusividade. Mesma linha seguida pela Mitsubishi, que acaba de lançar o Lancer Sportback Ralliart.

No caminho contrário, a Nissan - que visa 5% de participação até 2014 - optou por deixar de importar veículos de luxo para concentrar seus esforços nos segmentos de maior volume, mas não descarta a possibilidade de comercializá-los futuramente, segundo Murilo Moreno, diretor de marketing da marca.

 




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