Um inesperado e violento temporal com fortes chuvas e ventos de até 160 km por hora, ocorrido entre terça e quarta-feira, provocou diversos estragos nas regiões sul e leste do Uruguai, deixando sete mortos, dezenas de feridos e mais de 400 pessoas desalojadas.

Duas pessoas morreram atingidas por um muro que desabou na capital Montevidéu, e outras três morreram no departamento de Maldonado (leste), duas delas eletrocutadas e outra atingida por uma árvore. Outras duas mortes foram registradas no departamento de Canelones, ambas vítimas de quedas de árvores.

Cidades do sul (Colonia, San José, Montevidéu, Canelones, Las Piedras, Rocha, Maldonado) apresentavam cenários de caos e destruição: centenas de árvores caídas (só na capital foram contabilizadas 190), carros danificados, muros derrubados, fios de alta tensão soltos, semáforos destruídos e cortes de energia.

Em Punta del Este, principal balneário do país, 140 km a leste da capital, várias janelas se desprenderam de modernos edifícios.

O governador de Montevidéu, Ricardo Ehrlich, que percorreu a cidade de 1,3 milhão de habitantes, convocou o Comitê Municipal de Emergências para avaliar as conseqüências do temporal.

No departamento de Maldonado, os desabrigados foram alojados em ginásios particulares (na cidade de San Carlos) e em dependências militares e municipais da cidade de Maldonado.

Até a manhã desta quarta-feira, o serviço de emergências de Montevidéu havia recebido 13.229 pedidos de ajuda para o resgate de pessoas presas em elevadores ou em casas inundadas.

O diretor de Relações Públicas do Corpo de Bombeiros, Jorge Roqueta, afirmou que nos últimos 40 anos não havia sido registrado nada parecido e pediu que os moradores da capital evitassem circular pelas ruas porque os riscos ainda eram consideráveis.

Segundo meteorologistas, a velocidade dos ventos ficou entre 90 km/h e 120 km/h, mas medidores do Yacht Club do Uruguai, sobre o Rio da Prata, detectaram ventos de até 160 km/h e em Punta del Este foram registradas rajadas de até 190 km/h.