Política Titulo Diadema
‘Acompanharei de perto Saúde e Educação’, afirma Lauro
Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
01/11/2016 | 07:49
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Denis Maciel/DGABC


Reeleito à Prefeitura de Diadema para os próximos quatro anos a partir de janeiro, Lauro Michels (PV) antecipa que promoverá série de mudanças no novo secretariado, detalhando que sua prioridade será acompanhar de perto os setores da Saúde e Educação. O verde descreve que pretende caracterizar a futura gestão com cara administrativa, assegurando que a parte política será apenas de sua responsabilidade.

Vitorioso no domingo, após receber 57,67% dos votos válidos, no embate contra Vaguinho do Conselho (PRB), Lauro pontua, em entrevista ao Diário, que a Saúde foi um dos pontos questionáveis durante campanha eleitoral. Assegura que a construção de hospital atrás do HM (Hospital Municipal) do Piraporinha começará ainda neste ano.

Ele não dá pistas sobre os integrantes da nova gestão, mas destaca que o vice-prefeito eleito, Márcio da Farmácia (PV), deverá ocupar vaga no primeiro escalão.

O verde argumenta que muitas das dificuldades enfrentadas em seu primeiro governo ocorreram por conta de dívidas deixadas por gestões anteriores e que as soluções para o futuro serão ampliar ações de controle de gastos, além de busca por recursos junto ao governo federal. Enfatiza que a administração fechará as contas deste ano no azul – “apertadinho” – e que irá intensificar revisão dos próprios contratos e negociação com os fornecedores, com o objetivo de fixar despesas.

Lauro lembra também dos entraves na relação com a Câmara, abordando que acredita em governabilidade mais tranquila a partir de janeiro. Além de ter conseguido maioria na eleição dos parlamentares, avisa que vai procurar diálogo com as bancadas do PRB e PT, ambas da oposição e que somam seis dos 21 vereadores, para construir boa relação na Casa.

Um dia após a vitória que o reconduziu à Prefeitura de Diadema para mais quatro anos, a partir de 2017, qual avaliação que o sr. faz do resultado, tendo em vista que há quatro anos o sr. recebeu número maior de votos contra Mário Reali (PT) e também pela grande fatia de abstenções, brancos e nulos?
Vejo como um recado geral para todos os políticos. As abstenções foram muito significativas. Comparando com a eleição passada, a ausência dos eleitores nas urnas cresceu em 12 mil. Foi um recado, que vou procurar absorver e fazer um governo diferenciado para mostrar às pessoas que o resultado pode ser alcançado à medida do possível. Não vi apenas como um recado para mim, e sim para a classe política como um todo.

Agora reeleito, como o sr. vê o trabalho no primeiro mandato? Quais foram as maiores dificuldades?
Meu calcanhar de Aquiles foi pegar a Prefeitura com dívidas e ter dificuldades para fazer o tipo de investimento que gostaria de ter feito e acabei não conseguindo. Outro ponto foi o setor da Saúde. Há sofrimento, em razão de falta de verbas do governo federal, pouca parceria, que acaba prejudicando os municípios. Vou buscar destacar e focar muito para qualificar mais os serviços públicos no município.

Uma das marcas em seu primeiro governo e que foi centro das discussões no período eleitoral foi o investimento da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo), por meio da venda da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema). Como será trabalhar sem o aporte financeiro?
Não programei a Prefeitura somente por esses recursos. Trabalhamos com várias frentes para a entrada de outras verbas estaduais e federais, que estamos esperando a liberação para conseguirmos obter êxitos em mais obras. Durante três anos e meio da gestão planejamos justamente para suprir este investimento.

Em sua gestão, que está prestes a se encerrar, programas estaduais como o Poupatempo, Fábrica de Cultura e Rede Lucy Montoro chegaram à cidade. São marcas mais do governo do Estado. O que o morador de Diadema pode esperar de marca da gestão Lauro?
Será um hospital (também no bairro Piraporinha) e o PAI (Pronto-Atendimento Infantil, na Rua Itália) as grandes marcas deste novo governo. Vamos também trabalhar para finalizar a informatização da nossa rede e a readequação do Cartão de Diadema aos usuários de Saúde, com o objetivo de dar qualificação e aprovação às OSs (Organizações Sociais) para ter muito mais eficiência dentro das UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Isso quero fazer logo em 1º de janeiro (de 2017).

Como serão finalizados os serviços desta gestão e Orçamento em dezembro?
Vamos entregar as obras que faltam, dos recursos da Sabesp, as intervenções que a Prefeitura que vem realizando. Daremos início à reforma do Parque dos Jesuítas. Finalizaremos os serviços de drenagem da Praça Lauro Michels sem atrapalhar os comerciantes do Centro. Em relação às finanças, vamos conseguir fechar o ano (no azul). Apertadinho. Com os fornecedores, por exemplo, vou pedir desconto em tudo. Abrir diálogo com as empresas que quiserem receber em dia. Essas empresas terão de dar abatimentos (nos preços). Vamos redimensionar os próprios serviços.

E em relação aos erros da primeira gestão, o que o sr. enxergou para não repetir no próximo governo?
Não trocar secretários na hora que deveria trocar. Não ter feito mudanças na hora que fiz. Ouvir mais a população. Vou trabalhar mais de olho nisso.

Como será a postura em relação a parcerias com os governos federal e estadual?
Vou visitar Brasília, bater lata. Buscarei acesso por recursos junto ao governo federal. Com o Estado, será mais complementação do que conseguimos.

Em relação ao processo eleitoral, qual avaliação o sr. faz do comparativo ao êxito de 2012?
Muitas pessoas falaram que a primeira eleição (vitória de 2012) foi um acidente, um acaso. Acho que pode ser definido que nós confirmamos esse acaso. Efetivamos que temos um governo consolidado. Uma gestão, que tem cabeça, ombro, espinha, perna, todos os membros. Algo completo e sólido. Uma liderança que precisa ser respeitada.

Sua reeleição o coloca em um seleto grupo de políticos que governaram a cidade por mais de uma vez. Como é isso politicamente?
Não me tornei nada. Sou apenas mais um político e vou ter muita humildade, com pé no chão, porque o mundo gira muito rápido e nós não sabemos o dia de amanhã. Então, vou procurar escutar mais, por meio, por exemplo, do Consórcio (Intermunicipal do Grande ABC). Não tenho pretensão de ser presidente da entidade. Quero apenas ajudar e agregar valores e minha maior pretensão é realizar e transformar Diadema.

Uma das mudanças nesta campanha foi na nomeação do vice. Foi alçado o vereador Márcio da Farmácia (PV), que foi secretário de Obras, entre 2013 e 2014. Qual será o papel dele no novo governo?
Ele terá um função importante em me ajudar a governar. Será um peça fundamental na minha substituição, quando estiver fora. Provavelmente vai assumir alguma secretaria. Já estamos discutindo isso.

Pouco depois de confirmar a vitória, o sr. prometeu nova gestão, detalhando troca de secretários. Como será esse plano?
Isso vai ocorrer. O núcleo duro da gestão vai abrir discussão em torno disso, que deve ser avançado em novembro. Será paralelamente à execução dos serviços e às ações do fim deste governo. Preciso apenas focar em consolidar mais os resultados da administração até o fim do ano. Vou fazer a minha própria transição. Terei um secretariado mais técnico, um governo administrativo. Política sou eu quem vai fazer. Secretário não fará política. Uma ação será cortar mais Pastas. Ainda não sei quantas, mas, por exemplo, a Comunicação penso em adequar ao meu Gabinete.

No início deste atual governo, o sr. acabou sofrendo derrota na disputa pela presidência da Câmara (venceu o opositor Manoel Eduardo Marinho, o Maninho), o que dificultou a governabilidade. Como pretende atuar para a eleição do biênio 2017-2018?
Hoje temos uma maioria (na Câmara) em comparação à gestão que começou em 2013. Ainda não tocamos neste assunto, mas acredito que conseguiremos construir uma base boa. O PV elegeu seis vereadores. Vou abrir diálogo com eles, com os dois do DEM. Tem também os três eleitos pelo PPS e do PSB, que apoiaram o nosso projeto. Será importante discutir com a bancada de oposição. Vou propor uma unificação, buscando o bem da cidade. Quero uma relação boa com a oposição.

A oposição ficou mais forte ao seu nome na campanha eleitoral, liderada pelo PRB, com a ajuda do PT. Nos últimos dias, o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) ingressou em campanha contrária ao sr. Como recebeu isso?
Para mim, foi mais uma pá de cal que coloquei em cima do Filippi. Agora mostrando para ele que precisa respeitar a liderança que tenho. Ele tem a liderança dele, mas tem de reconhecer que a população, de forma acertada, me conferiu 113 mil votos nas urnas, sendo uma votação maior do que a dele e a dos demais prefeitos que foram reeleitos.

Um partido que figurou em seu primeiro escalão foi o PSDB. Porém, a sigla não conseguiu eleger nenhum de seus nomes ao Legislativos, casos do ex-prefeito José Augusto da Silva Ramos, que comandou a Saúde por três anos, e José Dourado, atual presidente da Casa. Como será a discussão sobre o papel com os tucanos?
O PSDB terá novamente participação no governo. Tenho compromisso com o governador Geraldo Alckmin. Tem também o Atevaldo (Leitão, que exerceu mandato entre 2013 e 2016). Vamos fazer amplo debate em torno de ações com eles. O Zé Augusto é importante sempre, principalmente porque já foi prefeito. Mas vamos rediscutir a forma de trabalhar a Saúde na cidade. Quero estar mais perto, porque confiei muito. Foi uma metodologia de trabalho adotada, mas passou. Acompanharei mais de perto a Saúde e a Educação. 




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