O medo de palhaços – ou coulrofobia, como esse tipo de complicação é conhecido no meio psiquiátrico – pode surgir a partir de algum episódio traumático na vida de uma pessoa, caso de um momento ruim no qual esse tipo de personagem teve papel importante, seja na infância ou quando se é adulto. Também há a possibilidade de ser reflexo de questões inconscientes, a exemplo de mágoas e lembranças pessoais. É possível sentir medo por transferência, com a aflição dos pais podendo ser passada para os filhos, se tornando símbolo de algo triste e ruim.

Os palhaços são ícones da diversão e são comuns em festas infantis para animar o dia. Suas brincadeiras e piadas também fazem parte do universo do circo, onde encontram espaço para contar histórias engraçadas e fazer muitas trapalhadas.

Conhecido pelas roupas coloridas, o nariz vermelho e o jeito chamativo, é muito interativo, sempre buscando agir com o público e, na maioria das vezes, sendo considerado engraçado e bem-humorado. Esse tipo de ação pode gerar incômodo, potencializando o susto que pode haver junto com a máscara e os trajes usados pelo ator ou atriz. Outra característica da figura é que ele é capaz de desconstruir certezas e situações, fazendo com que a aflição do desconhecido entre em ação em certos casos.

Há diferentes tipos de fobias. Algumas pessoas não gostam do personagem, outras não conseguem ver fotos da figura caracterizada ou preferem distância de bonecos temáticos. A relação emocional acaba sendo única para cada pessoa.

O tratamento da coulrofobia desenvolve-se por meio de terapia com um psicólogo, profissional que estuda elementos ligados ao comportamento humano. Nas conversas, o paciente relata o que sente e tem ajuda para identificar os motivos dessa complicação. O trabalho ao longo do tempo tem o objetivo de diminuir ou finalizar de vez com o medo, com casos de pessoas que acabam, até mesmo, gostando de palhaços.

A fobia surge, aparentemente, sem causa racional e pode se manifestar fisicamente. Entre os tipos mais comuns estão acrofobia (de altura), claustrofobia (lugares fechados) e agorafobia (locais cheios)

Pergunta de Eduardo de Alcântara Correia, 6 anos, de São Bernardo, acha que alguns desses personagens podem assustar. “Gosto de palhaços, mas não dos que dão medo”, comenta.

Consultoria de André Correia, psicólogo clínico de São Bernardo.