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Os desafios de Grace
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
20/04/2011 | 07:13
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Comandar a renovação de linha inteira de produtos, manter o market share na casa dos 20%, garantir a qualidade dos novos veículos e assegurar fornecimento de autopeças nacionais e importadas em alto nível. Basicamente, são esses os principais desafios que a recém-nomeada presidente da General Motors do Brasil, Grace D. Lieblein, 50 anos, terá pela frente ao deixar a presidência da montadora no México para assumir o posto dia 1º de junho em São Caetano. A sua antecessora, Denise Johnson, por motivos desconhecidos, não conseguiu ou desistiu dessa imensa tarefa.

Se conseguir cadenciar os lançamentos sem eventuais problemas de qualidade, a engenheira Grace Lieblein não só estará dando mais um grande passo em sua carreira de três décadas como também poderá garantir que a General Motors do Brasil surfe numa onda de prosperidade no mercado brasileiro, que, controlada a atual inflação, tem tudo para continuar em rota de crescimento nos próximos anos com Copa do Mundo e Olimpíada.

Dona de uma das redes de revendores mais estruturadas e com amplo conhecimento do mercado nacional, a General Motors do Brasil precisa rapidamente renovar sua linha num instante em que marcas novatas e estrangeiras chegam com produtos competitivos e voraz apetite para tomar share das quatro grandes (Fiat, Volkswagen e Ford, além da própria GM), que, juntas, detêm 74% das vendas no Brasil.

"Por mais que esteja planejado, comandar uma ampla renovação de produtos dá uma tremenda dor de cabeça", confidenciou ex-executivo ligado à General Motors. "Da última vez em que a empresa renovou cinco veículos de uma só vez enfrentou grandes dificuldades com seus fornecedores, deixando o presidente da época enfurecido com os problemas de qualidade."

O presidente da General Motors América do Sul, Jaime Ardila, enaltace as qualidades de Grace, filha de latinos nascida nos Estados Unidos. "Com os seus sólidos e amplos conhecimentos de engenharia e de desenvolvimento de produtos, combinados com fortes características de negócios, Grace é o tipo de pessoa que poderá assegurar que a GM continue inovando, de forma a desenhar, fabricar e vender veículos, de classe mundial, que atendam às expectativas de nossos clientes", destacou Ardila.

Com o título de mestre em gerenciamento pela universidade de Michigan e bacharel em engenharia industrial, Grace também atuou como líder na implementação do sistema de manufatura global da GM antes de presidir a operação mexicana. A profissional entrou para a empresa em 1978 como trainee na divisão de montagens em sua cidade natal, Los Angeles, no Estado da Califórnia.

Apesar do currículo de Grace, o ex-presidente da Ford do Brasil e coordenador do curso de Gestão Automotiva da FEI, Luiz Carlos Mello, considera que a montadora perdeu ótima oportunidade para nomear um profissional brasileiro para o cargo - homem ou mulher. "A empresa tem em seus quadros excelentes profissionais no Brasil, que poderiam dar conta da missão", criticou. "Mas só a própria empresa pode dizer por que nunca pensou em nomear um brasileiro para o posto."




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