Acabou na segunda-feira o acordo de banco de horas que vigorava na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo. Com isso, a montadora poderá desembolsar R$ 756 mil a mais por mês para pagar as quatro horas extras mensais que eram lançadas no sistema de compensação da jornada de trabalho da montadora.

Ao todo, os trabalhadores fazem oito horas extras por mês durante a jornada semanal, sem contar os finais de semana e feriados. A soma do que a montadora já paga e o que ela poderá vir a pagar com o fim do acordo do banco resulta em R$ 1,512 milhão em extras pagos somente para os minutos a mais feitos diariamente por seus funcionários.

Os 10,5 mil trabalhadores da Volks recebem 50% de adicional sobre as horas extras feitas durante a semana e ganham, em média, R$ 18 por hora. A empresa também terá de acertar de uma vez por todas os períodos acumulados no banco de horas nos últimos meses devido ao fim do acerto com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

No entanto, a empresa ainda tem 15 dias para começar a pagar ou não as horas extras. Segundo o secretário-geral eleito do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, houve um entendimento entre os representantes dos trabalhadores e a Volks para segurar o pagamento durante esse período.

"São 15 dias para resolver e concluir as negociações do banco de horas. Se não houver acordo, o extra será pago. Se voltar o banco, as horas vão para o sistema", explicou Wagnão.

DEMISSÃO
Segundo o sindicato, durante as negociações do banco e da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), também foi discutida a questão das 1.800 demissões restantes do acordo assinado em setembro de 2006, que previa 3.100 dispensas para o plano de reestruturação.

Segundo Wagnão, chegou-se ao entendimento de que os cortes na empresa se encerram neste ano.

O gerente-executivo de Relações Trabalhistas Corporativo da Volks, Nilton Junior, nega. "Não houve nenhuma negociação sobre o acordo, que é válido até 2008 e está mantido", afirmou, em nota.

Sobre o banco de horas, a Volkswagen não respondeu à reportagem.