Raul, que trabalhava no prédio, contou que foi salvo por um bombeiro que lhe contou que todos os canos do edifício haviam explodido e que a pressão de água que vinha do subsolo era muito grande, o que pode ter provocado o desabamento. Acredita-se que apenas a explosão do prédio, ocasionada pela colisão dos aviões, não seria suficiente para levá-lo ao chão.

Ele contou ainda que, após a explosão, todas as pessoas presentes no prédio correram para a primeira escada de incêndio. No entanto, ela estava bloqueada — somente uma das escadas do prédio dava acesso à saída. Assim, o pânico tomou conta dos funcionários, que ficaram presos. Ele disse que chegou a descer até o 13º andar, mas, como não poderia sair, subiu ao 17º, onde foi ajudado por um bombeiro. Ali, então, ele voltou a descer e chegou ao 3º andar, onde a água já batia em sua cintura. Ele disse que havia partes do prédio que estavam sem luz.

O economista disse ainda que, enquanto descia, encontrou com 15 bombeiros que faziam o caminho contrário, em direção ao fogo. “Com certeza, eles não conseguiram voltar”, afirmou.

Raul estima que o número de mortos ultrapasse 10 mil. Ele lembrou que cerca de 50 mil pessoas deveriam estar presentes no edifício naquele momento, das quais poucas conseguiram se salvar. Ele contou que pelo menos outros dez brasileiros que trabalhavam com ele saíram com vida do atentado. “Ninguém ainda percebeu o que aconteceu e as conseqüências”, disse.