Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o país importou, em maio, 14,9 milhões de metros cúbicos da Bolívia e da Argentina. Deste total, a Petrobrás foi responsável por 89,3% e as outras três empresas autorizadas a importar – BG, EPE e Sulgás – com os 10,7% restantes. No período de maior competição, estas empresas chegaram a ter uma fatia de 43,5% das importações, mas seus negócios vêm sendo reduzidos a cada mês.
“Essa situação tende a se acentuar, porque todos os projetos de expansão da malha de dutos estão associados à Petrobrás”, avalia o consultor David Zylbersztajn, da DZ Consultoria, que defendeu a competição nas importações quando esteve à frente da ANP. Foi durante sua gestão que, após uma longa disputa com a Petrobrás, a BG conseguiu acesso ao Gasbol para importar gás da Bolívia.
A companhia britânica obteve autorização para trazer 3,1 milhões de metros cúbicos por dia, depois de um processo de arbitragem de conflitos instaurado na agência, do qual as relações entre as duas empresas saíram estremecidas. O gás importado pela BG é vendido à Comgás, distribuidora paulista da qual a multinacional detém o controle.
Desde maio do ano passado, porém, o volume entregue pela empresa à Comgás vem caindo – passou de 2,4 milhões para apenas 2 mil metros cúbicos por dia.
A empresa não comenta o assunto, mas um especialista conta que o mercado paulista não cresceu conforme se esperava e todo o volume vendido pela Comgás está dentro do contrato de fornecimento com a estatal.
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