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Suásticas e mensagens anti-semitas preocupam judeus argentinos
Da AFP
03/05/2005 | 19:11
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O surgimento de bandeiras com suásticas e a multiplicação de mensagens eletrônicas anti-semitas preocupam os 244 mil judeus que vivem na Argentina, onde, em 2004, houve 174 casos de anti-semitismo.

"Há situações que nos preocupam e sensibilizam", disse o presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia), Jorge Kirszenbaum, após uma reunião com o presidente Néstor Kirchner nesta terça-feira, quando se lembra o Holocausto.

As lideranças judaicas entregaram a Kirchner uma cópia do Relatório sobre Anti-Semitismo na Argentina 2004, elaborado pela Daia, segundo o qual o número de casos manteve a tendência dos últimos dois anos, e onde se destaca um episódio considerado "de gravidade institucional", por ter sido protagonizado pela legisladora Mirta Onega. Ela chamou um empregado de "judeu de merda" durante uma acalorada discussão.

O diretor do Centro de Estudos Sociais da Daia, Mario Feferbaum, lembrou que a comunidade pede ao Ministério da Educação mudanças no ensino, explicando que, por exemplo, "não existe a presença judaica na formação da identidade nacional (...) Nas aulas também fica de fora o que aconteceu na Argentina na época do nazismo. Em 1943, fecharam-se escolas e foram proibidos os jornais em iídiche".

A maioria dos casos relatados no relatório de 2004 refere-se a mensagens eletrônicas e agressões verbais racistas. O trabalho da Daia, braço político da comunidade judaica local, compara os casos de anti-semitismo a ataques a outros setores sociais, e destaca que "os judeus não são a minoria mais discriminada. São superados pelos portadores do vírus HIV e os imigrantes de países vizinhos".

O documento foi elaborado com base em um levantamento da imprensa e das denúncias feitas à Daia, e inclui casos de discriminação contra ciganos, testemunhas de Jeová, africanos, homossexuais, lésbicas, travestis, portadores do vírus HIV, aborígines e deficientes.

Semana passada, durante uma partida de futebol, dois torcedores apareceram agitando bandeiras com suásticas em um estádio de Córdoba. Em março, na mesma província, camisetas com suásticas foram colocadas à venda em Villa General Belgrano, onde vive uma importante colônia alemã.




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