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SP lidera ranking nacional de crianças fora da escola
Do Diário OnLine
03/12/2003 | 19:58
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São Paulo é o Estado brasileiro que mais tem crianças de 7 a 14 anos fora da escola, segundo o Mapa da Exclusão Educacional, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC). Elaborado a partir de informações do Censo Demográfico de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o ranking mostra que São Paulo tem 168.730 potenciais estudantes fora da escola – o equivalente a 11,28% das quase 1,5 milhão (1.495.643) de crianças excluídas da educação no Brasil inteiro.

Para o ministro da Educação, Cristovam Buarque, que apresentou o Mapa durante o lançamento do Programa Escola de Todos, nesta quarta-feira, o fato de São Paulo ser um Estado altamente populoso não justifica a exclusão educacional de 168.730 crianças – 3,21% da população total de 5.262.155 pessoas dentro da referida faixa etária no Estado. Ele afirmou que é "triste, muito triste" ver que a riqueza de São Paulo contrasta com tantos estudantes excluídos.

A quantidade de alunos fora da escola passa de 100 mil em outros quatro Estados da Federação: Bahia (159.580), Pará (119.974), Minas Gerais (116.050) e Pernambuco (107.116).

Os Estados que detêm os priores índices nacionais de exclusão escolar são Amazonas (92.836 crianças) e Acre (17.762), com 16,81% e 16,03% (respectivamente) da população entre 7 a 14 anos fora da escola. Na outra ponta do ranking, Distrito Federal (7.222) e Rio Grande do Sul (39.060) têm os índices mais baixos: 2,38% e 2,71%, respectivamente.

O Mapa confirma que as desigualdades regionais têm um forte impacto na realidade educacional do país. As regiões Norte (279.765) e Nordeste (614.861) têm, respectivamente, 11,16% e 7,14% das crianças entre 7 e 14 anos fora da escola. No Sul (131.881) e no Sudeste (385.948), entretanto, a estatística da exclusão fica abaixo de 4% - 3,51% e 3,70% (respectivamente). No Centro-Oeste, 83.188 crianças dentro da faixa etária analisada estão fora da escola (4,46% da população total).

Inclusão - O Programa Escola de Todos tem o objetivo de cadastrar todas as crianças excluídas da educação e identificar os motivos que levaram ao abandono dos estudos. Depois de mapear o quadro, o governo federal e as Prefeituras vão desenvolver ações de inclusão educacional.

Uma vez identificada cada criança excluída, o programa dará início às ações de inclusão educacional. Um dos instrumentos será o programa Bolsa-Família, ao qual se agregam outros programas da Secrie e das demais áreas sociais do governo federal.

"Reverter o quadro de exclusão escolar vai além de uma grande força-tarefa para matricular crianças numa das 179 mil escolas públicas brasileira. É preciso muito mais do que uma ampla campanha de mobilização ou programas sociais de renda mínima, como o Bolsa-Escola e o Bolsa Família", afirma o secretário de Inclusão Social, Osvaldo Russo. "Temos de identificar cada uma delas, os motivos familiares que as deixam fora da escola e também criar as oportunidades para que ingressem, permaneçam e tenham sucesso escolar."




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