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Jorge Mauá vai da várzea ao profissional

Atacante do São Caetano iniciou a carreira há
três anos e tem média de 0,59 gol por partida

Anderson Fattori
15/10/2016 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


A carreira de um jogador de futebol começa cedo. Com 10, 11 anos grande parte dos atletas que hoje estão em atividade já estava treinando em algum clube de base. Mas em toda regra há exceções. Uma delas é Jorge Mauá. Contrariando a lógica, o atacante do São Caetano se destaca. Assinou o primeiro contrato profissional há três anos, quando tinha 26, e é uma das principais esperanças do Azulão na Copa Paulista.

Ex-jogador de futsal e frequentador da várzea de Mauá, o atacante teve a primeira oportunidade no futebol profissional em 2013, quando defendeu o Mauaense na Segundona do Paulista – que equivale à Quarta Divisão –, quando fez cinco gols em nove jogos. Voltou no ano seguinte e balançou por sete vezes a rede em nove partidas pela Locomotiva.

Apesar dos bons números, ele não via perspectivas na profissão e acabou trocando os campos pelo estudo. “Estudava, trabalhava e jogava futebol. Não tive muitas oportunidades e fiquei desanimado. Larguei e fui fazer Educação Física. Não achava que iria virar algo no futebol. Continuei atuando na várzea”, explicou Jorge Mauá.

A paixão pela bola, porém, falou mais alto e ele voltou a jogar profissionalmente em 2015 para defender o Nacional, de São Paulo, onde passou a temporada. Além da Segundona, disputou a Copa Paulista e fez 16 gols em 30 jogos. “Quando cheguei era a terceira opção. Não tinha muitas oportunidades, mas os titulares se machucaram e pude jogar”, lembrou.

O bom desempenho levou o jogador ao maior desafio da carreira. No início deste ano, foi contratado pelo Taubaté para disputar o Paulista da Série A-2. Mesmo com o nível mais forte, ele continuou mostrando serviço, foi o artilheiro do time com sete gols e ajudou a conduzir a equipe às finais da competição.

Após a Série A-2, Jorge Mauá aceitou ajudar o Mauaense na Segundona e foi muito bem. Fez 17 gols em 17 jogos, rendimento que fez despertar o interesse do São Caetano, que o contratou em setembro e ofereceu vínculo até fim do ano.

Pelo Azulão foram dois jogos até agora, ambos entrando no fim do segundo tempo, mas a expectativa de Jorge Mauá é conseguir convencer a diretoria para ficar em 2017. “Tenho contrato até o fim do ano e espero renovar. Quero ter mais tempo para mostrar meu futebol. Em 2017 tem a Série A-2 e quero ficar. Essa é minha vontade. O São Caetano é um clube que me abriu as portas, muitos queriam ter essa chance que estou tendo e espero poder continuar para mostrar meu talento”, comentou o atacante.

Depois de três anos no futebol profissional, Jorge Mauá diz que se sente à vontade para evoluir, mesmo aos 29 anos. “Estou há três temporadas no futebol de campo e não sinto dificuldades como antes. Estou adaptado. No salão eu era pivô e no campo você tem bem mais espaço. Para mim, foi bom ter essa base, ter espaço curto, finalização rápida”, avaliou.

ARTILHEIRO DO ANO
Jorge Mauá é quem mais vezes balançou a rede em 2016, com 24 bolas na rede, uma à frente de Robinho, do Atlético-MG, e Anselmo, do Fortaleza. O levantamento oficial, porém, não leva em conta os gols marcados pelo atacante no Mauaense, porque a Segundona é um campeonato com limitação de idade e semiamador. “Mesmo sem ser oficial, é uma marca importante. Sei que sou o cara que mais fez gols no Brasil nesta temporada”, brincou.

Balançar a rede é algo que Jorge Mauá está habituado. Na carreira já foram 88 duelos e 52 gols, com média de 0,59 por jogo. Ou seja, a cada duas partidas o atacante marca pelo menos um gol. Como já fez dois duelos pelo São Caetano, a expectativa é boa por gol contra o São Paulo, hoje, às 16h, no Anacleto Campanella 




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