O diretor do CNE, Jorge Rodríguez, afirmou que o organismo atuará se algum veículo de comunicação ou político continuarem adiantando resultados e frisou que se pode chegar até à proibição das transmissões de TV.

A advertência foi feita quando emissoras privadas transmitiam um discurso do líder opositor Enrique Mendoza, no qual afirmava que a oposição conseguiu obter mais de 700 mil assinaturas para ativar o referendo contra Chávez.

Para dar partida ao processo, a oposição tem de obter 555.215 rubricas válidas para completar o mínimo exigido de 2,46 milhões de assinaturas.

"Conseguimos as assinaturas (...) Temos, com certeza, assinaturas suficientes que não vão poder nos roubar", disse Mendoza, enquanto seus seguidores gritavam "vitória, vitória".

"Em 8 de agosto, haverá referendo", insistiu, em declarações na sede da Coordenadoria Democrática (CD), que reúne a oposição a Chávez.

Do lado oficialista, o dirigente José Albornoz do Partido Pátria para Todos (PPT), rebateu o otimismo adversário, também pela TV: "graças ao povo (...) temos razões para comemorar".

Segundo o diretor Rodríguez, o processo transcorreu "com absoluta normalidade e em paz e este é um exemplo que deve ser seguido por alguns representantes políticos que não respeitam os princípios".

"Temos visto que quem viola a lei, o estabelecido, não são os cidadãos, mas os que assumiram a liderança política", criticou.

"Se algum veículo de comunicação, ou algum fator político der resultados, nós seremos obrigados a agir. É muito grave, é muito importante o que está em jogo para continuar com a mesma atitude tolerante. Chega!", ressaltou.

A oposição reuniu suas assinaturas no final de 2003, e o CNE determinou que, do total entregue, apenas 1.910.965 eram válidas, colocando outras 1.192.914 em observação.