Economia Titulo
Boa Hora, de Mauá, espera crescer 10%
Carolina Rodriguez
Da Redaçao
23/09/2000 | 17:35
Compartilhar notícia


Preocupada com a qualidade de vida e visando diminuir a quantidade de resíduos lançados pelas indústrias da regiao no meio ambiente, a Boa Hora Central de Tratamento de Resíduos (classe 2), de Mauá, implementou um novo tipo de serviço no mercado. Trata-se do gerenciamento ambiental em indústrias, no qual a central se responsabiliza pela identificaçao, coleta, transporte e tratamento dos resíduos, além de fornecer soluçoes durante todo o processo de produçao das empresas. A expectativa é, com o novo serviço, aumentar em 10% o número de clientes no próximo ano, gerando um incremento de 5% a 10% no faturamento.

De acordo com o gerente comercial, Mario Eduardo Juciane, as empresas estao cada vez mais preocupadas com a questao ambiental e investindo em prevençao e proteçao ao meio ambiente. Há duas semanas, a central começou a fazer o gerenciamento ambiental da indústria de autopeças da regiao Johnson Controls. Para os próximos 40 dias, a empresa deverá fechar contrato com uma montadora da regiao, que o gerente nao quis divulgar o nome. "Há uma tendência do mercado com relaçao a investimentos em gerenciamento ambiental por conta da certificaçao da ISO 14000, relacionada ao meio ambiente, e também porque os empresários estao cada vez mais conscientes da necessidade de preservaçao ambiental", disse.

Mesmo com todo esse cuidado, uma simples proteçao ainda nao é suficiente para resolver o problema de preservaçao ambiental. Segundo o diretor técnico da central, Julio Gurgel, as indústrias precisam se preocupar nao só com a qualidade mas também com a quantidade de resíduos lançados no meio ambiente. "Alguns materiais sao recicláveis, outros ficam eternamente aterrados. O ideal é gerar cada vez menos resíduos, por isso estamos investindo no serviço de gerenciamento ambiental", afirmou.

A Boa Hora possui 207 mil m² e capacidade de aterro de resíduo sólido por mais 40 anos. Nos últimos dois anos, a quantidade de resíduos recebidos pela empresa aumentou 100%, saltando de 5 mil toneladas por mês para 10 mil toneladas por mês. "O que acontece no Grande ABC é que as montadoras certificadas pela ISO 14000 estao exigindo que seus fornecedores também tenham a mesma qualificaçao. Está havendo um efeito dominó na regiao", explicou Juciane.

Além de aterrar resíduos sólidos, a empresa possui ainda uma central de tratamento de efluentes líquidos e um incinerador especial para o lixo hospitalar. Há ainda um laboratório que faz o monitoramento da qualidade do material antes de lançá-lo ao meio ambiente. "De acordo com a lei, devemos receber, por cada cliente, um Certificado de Autorizaçao de Destinaçao de Resíduos (Cadre) da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que confere se temos condiçoes de tratar o resíduo daquela indústria adequadamente", disse. A empresa só recebe resíduos sólidos classe dois como, por exemplo, plástico, borracha, madeira e metal, além de efluentes líquidos e material hospitalar. Os resíduos classe 1 considerados mais perigosos como pilha e lâmpadas sao destinados a outro aterro.

História - A Boa Hora surgiu há dez anos, a partir de uma parceria com a Cofap, para aterrar as 150 mil toneladas de areia de fundiçao estocadas na indústria. A partir daí, a empresa passou a prestar serviço de tratamento de resíduo a outras empresas da regiao como Toyota, Kolynos e Arteb. Nos últimos cinco anos, a Boa Hora registrou crescimento de 30% no volume de faturamento, somando atualmente cerca de 300 clientes, sendo que 50% estao no Grande ABC.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;