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Campinas investigará morte de policial
Do Diário do Grande ABC
03/12/1999 | 16:03
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O Ministério Público e a Polícia Civil de Campinas decidiram aprofundar as investigaçoes sobre a morte do investigador Everaldo Biara Leite, ocorrida em 12 de outubro. A versao oficial da polícia diz que Leite teria se matado com dois tiros no ouvido, mas os promotores apuram a hipótese de assassinato. Nao está descartada a exumaçao do corpo para uma nova necrópsia.

Leite, 34 anos, foi encontrado morto em seu apartamento dois dias antes de o empresário Willian Walder Sozza prestar depoimento à CPI do Narcotráfico. Apontado como um dos chefes do crime organizado no País, Sozza teve prisao provisória decretada mas está foragido. O Ministério Público suspeita que a morte do policial tenha sido "queima de arquivo".

Em janeiro, o investigador havia participado da apreensao de 340 quilos de cocaína num sítio em Indaiatuba. Uma semana depois a droga foi roubada do Instituto Médico Legal (IML) de Campinas. O delegado Ricardo de Lima, responsável pela apreensao foi preso durante os trabalhos da CPI em Campinas. Ele é acusado de ter facilitado o roubo da cocaína.

"É muito estranha a hipótese de suicídio", disse nesta sexta o promotor Carlos Ayres. Segundo ele, um dos fatores que colocam sob suspeita a versao oficial é o fato de o policial ter recebido dois tiros na cabeça. "Além disso, os tiros foram disparados no ouvido esquerdo, mas temos informaçoes de que ele era destro", observa.

O Ministério Público pretende quebrar o sigilo telefônico do policial para dar seqüência às investigaçoes. Os promotores também requisitaram os laudos sobre o caso realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) e Instituto de Criminalística (IC). O laudo do IC apontará se havia vestígio de pólvora na mao do investigador, o que poderá confirmar ou descartar a hipótese de suicídio.




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