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Líder de caminhoneiros nao afasta risco de nova greve
Do Diário do Grande ABC
05/10/1999 | 17:39
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O presidente do Movimento Uniao Brasil Caminhoneiro, Nélio Botelho, disse nesta terça-feira que há risco de uma nova greve, caso nao se chegue a um acordo com o governo com relaçao a "pontos básicos" reivindicados pelo setor, até o próximo dia 29. Entre eles, Botelho cita tarifas mais baixas para os pedágios, a adoçao de uma tabela para cobrança de fretes mudanças nas regras para pesagem de carga, um sistema de comunicaçao por rádio que aumente a segurança do caminhoneiro e a regulamentaçao da profissao.

"Estamos numa negociaçao séria e estamos confiantes em que sairemos vitoriosos", afirmou Botelho, após reunir-se com o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha. "Mas se isso nao ocorrer, há perfeitamente a possibilidade de uma nova greve." O líder dos caminhoneiros sustentou que o atendimento a essas reivindicaçoes sao vitais para a sobrevivência dos trabalhadores do setor.

Nesta terça-feira Botelho esteve com Padilha para mais uma negociaçao em torno da pauta de reivindicaçoes que está sendo discutida desde a paralisaçao de julho último. Foi a segunda reuniao para tratar do assunto, e um novo encontro está marcado para o próximo dia 14.

Ele apresentou uma proposta de planilha de preços para os fretes de transporte rodoviário que, se aceita, representará um aumento médio de 35% sobre os preços cobrados atualmente. "Nao será uma tabela oficial", afirmou. "Queremos que ela seja reconhecida pelas confederaçoes e pelo governo, e aí veremos o que fazer", disse. Ele explicou que as empresas do setor de transporte sao contra a elaboraçao da tabela.

Outro ponto discutido nesta terça-feira foi a regra para pesagem da carga. Segundo Botelho, houve uma vitória dos caminhoneiros, pois o governo concordou em alterar a regra da pesagem da carga. Atualmente, multas sao aplicadas caso o peso exceda o limite sobre cada eixo do caminhao. A proposta dos caminhoneiros, aceita pelo governo, foi de que seja considerado o peso bruto da carga. "As vezes, a multa acabava sendo aplicada porque a carga estava mal distribuída na carroceria", explicou Botelho.

O governo concordou, além disso, em fazer o controle do peso da carga dos caminhoes somente nas balanças, e nao mais a partir das notas fiscais. "Isso eliminará muita corrupçao que hoje há por aí", afirmou o líder dos caminhoneiros. Ele disse que as mudanças dependem da elaboraçao de uma portaria do Denatran.

Foi discutida, ainda, a possibilidade de isentar os caminhoes do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre a Circulaçao de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Queremos o mesmo tratamento dado aos taxistas", explicou Botelho. Nao houve nenhuma decisao mas, segundo ele, há boas indicaçoes de que a medida será adotada.




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