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Antiinflamatório é recolhido por aumentar riscos cardíacos
Do Diário OnLine
Com AFP
30/09/2004 | 21:12
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O grupo farmacêutico americano Merck anunciou nesta quinta-feira a retirada do mercado de um de seus medicamentos mais vendidos, o antiinflamatório Vioxx, porque ele aumenta o risco de crises cardíacas. O remédio é comercializado no Brasil e, de acordo com a empresa, também será recolhido das farmácias do país.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou nesta tarde que a produção e venda de medicamentos com o mesmo princípio ativo do Vioxx foram proibidas no Brasil, por conta do anúncio da Merck.

Em comunicado, o diretor-executivo da empresa americana, Raymond Gilmartin, explicou o motivo da retirada do medicamento. "Decidimos agir desta forma porque acreditamos que é de interesse dos nossos pacientes", disse em comunicado Raymond Gilmartin, diretor-executivo do Merck.

Estudos- O grupo decidiu retirar o medicamento depois de três anos de estudos clínicos. Eles mostraram que os pacientes tratados com Vioxx por mais de 18 meses correm duas vezes mais riscos de ter problemas cardíacos do que os que tomaram um placebo.

A FDA (agência americana de controle de remédios e alimentos) considerou que o Merck "tomou a decisão correta" ao retirar o Vioxx do mercado e ao informar o governo sobre os resultados da pesquisa.

"Embora pensemos que teria sido possível continuar com as vendas de Vioxx, destacando esta informação (sobre os riscos) na embalagem, decidimos que retirá-lo do mercado é o que cabe fazer, em vista da quantidade de terapias alternativas que existem e as dúvidas que geram estes dados", declarou Gilmartin.

As vendas do medicamento em 2003 geraram US$ 2,5 bilhões para o Merck em todo o mundo. O Vioxx está no mercado americano desde 1999 e atualmente é encontrado em 80 países.

O presidente do grupo afirmou que não tem intenções de renunciar depois da retirada do Vioxx e ante as perdas que implicarão essa medida. "Esperamos que também não haja demissões".

Mortes — O presidente do grupo farmacêutico Merck, Raymond Gilmartin, afirmou nesta quinta-feira que não houve diferenças quanto ao número de mortes entre os que consumiram o remédio e o grupo que recebia um placebo.

"Houve cinco mortes no grupo do Vioxx e cinco no do placebo", afirmou Gilmartin.

A conclusão é que, se o consumo de Vioxx aumenta o risco de problemas cardíacos, o risco de morte não varia. Os estudos provam que não se deve fazer um paralelo entre o número de acidentes cardíacos e o de mortes, opinou Gilmartin.




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