Paisagem e Memória ganhou mençao honrosa do júri na Mostra Internacional de Documentários É Tudo Verdade. "Paisagem e Sagrado" abre nesta quinta-feira, às 21h30, para convidados, no Espaço Unibanco de Cinema - Sala 1, a mostra "Brasis Indígenas". O filme de Samora terá nova sessao no domingo, às 19h30. A mostra é uma realizaçao do Instituto Goethe e da USP, por meio do seu Departamento de Antropologia, ao qual pertence a curadora do evento, Paula Morgado.
Ela diz o que pretendeu - cruzar olhares reveladores sobre o índio brasileiro. Olhares de diretores nacionais, de estrangeiros, todos convergindo para traçar na tela um retrato dos Brasis indígenas, pois essa multiplicidade é que faz a própria identidade nacional. O filme de Samora inscreve-se à perfeiçao no projeto e, por isso, foi escolhido para abrir a mostra, que vai até o dia 22. Nesta quinta, na abertura, também serao lançados três livros que resgatam a história da cultura indígena - Grafismo Indígena, História do Peixe Tesoura e Artesanato Waiapi - e vai ser inaugurada exposiçao com desenhos de índios do Amapá. Samora filmou, em 16 milímetros, na reserva de Trinidad, no Paraguai. Dá voz aos índios guaranis, por meio do cacique Teodoro, que também é professor na aldeia, ensinando às crianças guaranis o básico de sua cultura, para que elas nao se esqueçam de quem sao.
Na base da mitologia guarani está o conceito do grande dilúvio, origem de toda vida. Samora relaciona essa idéia à da inundaçao das Sete Quedas para a construçao da Usina de Iguaçu, que forçou os guaranis a abandonarem suas terras e a iniciarem a diáspora da tribo. É um belo trabalho, feito com sensibilidade e inteligência para resgatar a relaçao do índio com o sagrado.
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