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Desemprego urbano cai na América Latina
Do Diário OnLine
Com Agências
06/12/2006 | 14:04
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O desemprego urbano na América Latina caiu pelo quarto ano consecutivo em 2006, passando de 9,5% para 9%. De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), esse cenário favorável é propício para avançar na geração de trabalho decente e enfrentar os persistentes problemas da pobreza e da desigualdade na região.

O “Panorama Laboral 2006”, divulgado em Brasília pelo Escritório da OIT no Brasil, destacou que a redução de meio ponto no desemprego urbano ocorreu na comparação dos primeiros três trimestres de 2006 com o mesmo período de 2005.

A redução na taxa de desemprego urbano é constante desde 2002, ano no qual atingiu 11,4%. As projeções da OIT indicaram que a taxa de desemprego poderia experimentar outra leve queda em 2007, atingindo a cifra de 8,8%.  A tendência de queda deveria acentuar-se ainda mais para que a taxa volte ao nível de 1990, quando era de 7,1%.

O documento diz que o crescimento sustentado das economias da região “está se refletindo na evolução positiva de alguns dos principais indicadores do mercado de trabalho”. Além da redução do desemprego, observa-se uma melhoria nos salários reais nas áreas urbanas e uma redução nos diferenciais de gênero e no desemprego juvenil.

“Estamos diante de resultados alentadores que nos permitem enfrentar com maior solidez o desafio pendente de gerar trabalho decente para mulheres e homens”, disse o diretor regional da OIT para a América Latina e o Carbine, Jean Maninat. “Se não conseguirmos criar mais e melhores empregos, a luta contra a pobreza será uma ilusão”, acrescentou Maninat.

Ele ainda comentou que o crescimento econômico é indispensável, mas não basta por si só para criar a quantidade de postos de trabalho na qualidade necessária para os países da região. Para tanto, é necessário contar com políticas econômicas e sociais destinadas a promover o trabalho decente.

Segundo o Panorama Laboral, apesar dos avanços observados, a porcentagem de emprego no setor informal ainda é alta: corresponde a 48,5 por cento do total de ocupados urbanos. Por sua vez, cinco de cada 10 novas ocupações nas zonas urbanas da América Latina e do Caribe entre 2002 e 2005 foram geradas na economia informal.

A OIT chama a atenção para o fato de que o mercado de trabalho apresenta problemas estruturais, os quais devem ser atacados para combater a pobreza. Entre eles, uma persistente desigualdade nos rendimentos, que é acompanhada por um desemprego muito mais elevado entre os que já estão em condições de desvantagem econômica.

De acordo com os dados do relatório, a taxa de desemprego da população pobre (que vive com menos de US$ 2 por pessoa ao dia) é 2,9 vezes mais alta que as da população não pobre. Por outro lado, a taxa de desemprego de mais de 80 milhões de indigentes (que contam com menos de US$ 1 por dia) é 4,1 vezes mais alta.

Os problemas do desemprego, do subemprego e dos baixos rendimentos afetam cerca de 44,6% da população economicamente ativa nas áreas urbanas. O relatório acrescenta que, nestas condições, dificilmente se conseguirá que a região alcance a meta do milênio de redução da extrema pobreza à metade para 2015, ainda que alguns países tenham conseguido avanços importantes.

Maninat recordou que existe um amplo consenso em favor do objetivo do trabalho decente, especialmente os compromissos assumidos por Chefes de Estado e de Governo na Cúpula das Américas, realizada em Mar del Plata (Argentina) em novembro de 2005. Em maio deste ano, representantes dos governos, empregadores e trabalhadores ratificaram esse compromisso em Brasília, durante a reunião regional da OIT.



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