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Tentativa de negociação comercial do Brasil com a UE naufraga
Da AFP
12/11/2005 | 16:18
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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, admitiu neste sábado que ainda existem muitos pontos a serem "esclarecidos" com a UE (União Européia) sobre as negociações destinadas a reduzir as tarifas agrícolas e industriais em nível internacional. Ele se reuniu por mais de quatro horas com o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, na sede da embaixada do Brasil em Roma.

Para o chanceler brasileiro, "é preciso elucidar muitos pontos e assuntos técnicos" sobre as negociações da Rodada de Doha realizadas pela OMC (Organização Mundial de Comércio). "Não foi uma reunião para recuperar os ânimos, mas um encontro para aprofundar a discussão e esclarecer pontos que ele e eu não entendemos", explicou.

Os líderes brasileiros e europeus se acusaram mutuamente nos últimos dias pelo bloqueio das negociações iniciadas em 2001 em Doha, a capital do Catar, para reduzir as tarifas e liberalizar o comércio mundial.

Para Mandelson, "não houve avanços" nas negociações com o Brasil mas, em troca, houve um "desenvolvimento no intercâmbio de idéias". O europeu havia dito que o Brasil, assim como a outros grandes exportadores como Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos, de rejeitar sistematicamente as ofertas da UE em matérias agrícolas.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro chegou a declarar quarta-feira que suspeitava de que a UE quisesse provocar "uma crise" nas negociações para não fazer concessões. Ante a perspectiva cada vez maior de um fracasso na reunião ministerial de dezembro da OMC em Hong Kong, brasileiros e europeus tentaram retomar o diálogo.

Embora o tom do encontro tenha resultado amável, no entanto, tudo parece indicar que as divergências básicas dificilmente poderão ser superadas em apenas um mês. "A discussão foi produtiva em muitos aspectos; sobretudo nos permitiu analisar e comparar cifras, abordar assuntos específicos", reconheceu Amorim.

"Mas para um acordo global, com cifras definitivas, resta-nos muito pouco tempo", advertiu o representante das negociações do Brasil, que lidera o influente grupo G-20 formado por vinte países emergentes, entre eles a Índia, e que exige dos países ricos o fim dos subsídios agrícolas.




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