Em seu último discurso sobre o estado da Naçao, pronunciado em ocasiao da abertura da sessao plenária, o presidente sul-africano fará um balanço dos cinco anos de exercício do poder do Congresso Nacional Africano (ANC), depois das primeiras eleiçoes democráticas na Africa do Sul, em abril de 1994.

Espera-se também que ofereça alguma indicaçao da data para as próximas eleiçoes que, segundo a Constituiçao, devem ser realizadas entre o início de maio e o final de julho.

Segundo uma estrita teoria constitucional, o Presidente nao teria o direito de convocar eleiçoes durante a sessao parlamentar. Mas, a oposiçao lhe pediu para dar uma indicaçao para que os partidos políticos possam se organizar para a votaçao.

Esta sexta-feira, Mandela cumprirá uma nova etapa da transmissao do poder a seu afilhado político, Thabo Mbeki, vice-presidente sul-africano, que dirige o ANC desde dezembro de 1997.

O Presidente manifestou seu desejo de ``desmilitarizar' a cerimônia, com a presença de representantes da sociedade civil, segundo a presidente da Assembléia Nacional, Frene Ginwala. Assim está prevista uma guarda de honra composta por enfermeiras vestindo uniformes de trabalho.

O discurso de Mandela nao será o último ante o Parlamento, pois ele deve fazer dois discursos, entre eles um de despedida, mas marcará o começo do capítulo final de sua Presidência. Para os 400 membros da Assembléia Nacional e os 90 membros do Conselho Nacional das províncias, a sessao que se anuncia é bastante complexa, com o exame do orçamento e mais de 60 projetos de lei que devem ser examinados.

Entre estes textos, estao três leis que Nelson Mandela se recusou a promulgar: a lei antitabagismo, que proíbe a publicidade do cigarro e seu uso em locais públicos, bem como a lei sobre a distribuiçao do álcool foram consideradas contrárias à Constituiçao pelo presidente. No que diz respeito à lei sobre a radiodifusao, Mandela parece dar muito poder ao ministro encarregado.