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Preço do seguro de vida pode ficar mais barato
Soraia Abreu Pedrozo
Com Agências
19/03/2010 | 07:00
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O preço do seguro de vida deve ficar entre 10% e 15% mais barato a partir deste ano. Ontem, foi lançada pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) e Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) a primeira tábua atuarial brasileira, chamada de BR-EMS (Experiência do Mercado Segurador Brasileiro).

Hoje as seguradoras tomam como base tábuas atuariais produzidas nos EUA, muitas delas atualizadas somente até o ano 2000. A tábua brasileira, desenvolvida pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) com base no histórico de mortalidade e sobrevivência dos participantes dos segmentos de seguros de pessoas e de previdência complementar no País, leva em conta maior expectativa de vida dos consumidores desse produto. Por isso os novos contratos terão preços menores, já que a probabilidade de que o segurado venha a falecer em um período curto é menor.

"As taxas de mortalidade para os homens acima de 40 anos que observamos na nova tábua são menores que as encontradas nas tábuas estrangeiras de referência usadas pelo mercado até aqui, o que deve gerar redução nos custos das apólices de seguros para clientes acima desta faixa etária", explica Jair Lacerda, presidente da Comissão Atuarial da Fenaprevi.

No caso das tábuas de sobrevivência, utilizadas pelas seguradoras para planejar o pagamento de benefícios dos planos de previdência complementar, os dados mostraram que havia boa aderência à AT 2000, tábua norte-americana usada como referência até agora pelas companhias brasileiras de seguros, e o mercado brasileiro ainda aplica um ajuste. Por isso, os planos de previdência não devem ter seus preços alterados.

A tábua brasileira mostra, entretanto, que há grande distanciamento entre a expectativa de vida da média da população brasileira, apurada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e a registrada entre os brasileiros participantes de planos de previdência.

Segundo dados do IBGE, a expectativa média de vida dos brasileiros do sexo masculino é de 69,1 anos. Entre os consumidores de planos de previdência, a nova tábua aponta que a idade sobe para 81,9 anos, consolidando diferença de exatos 12,8 anos. "O maior poder aquisitivo e grau de instrução dos consumidores de previdência frente à média da população podem explicar a diferença", diz Lacerda.

Entre as mulheres ocorre o mesmo fenômeno. A expectativa de vida das participantes de planos de previdência é de 87,2 anos. Entre as brasileiras, o número cai para 76,7 anos, diferença de 10,5 anos.

Segundo o presidente da Fenaprevi, Marco Antonio Rossi, a partir de agora será possível dimensionar os riscos específicos do mercado local de forma mais acurada. "Isso ajudará no desenvolvimento da indústria e na inserção de maior número de brasileiros nas carteiras de vida e previdência." Cerca de 70 países têm tábuas de vida oficiais, mas apenas 10 possuem uma tábua própria para balizar o segmento.




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