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FMI vai barrar alta do petróleo
Do Diário do Grande ABC
24/09/2000 | 21:07
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O Comitê Monetário e Financeiro Internacional do Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou neste domingo um entendimento para estabilizar os preços do petróleo, que chegou a ser cotado a US$ 37,80 na última semana. O documento é assinado por todos os membros, que incluem países produtores e consumidores de petróleo. O anúncio foi feito pelo presidente do Comitê, o ministro das Finanças da Inglaterra, Gordon Brown, e o diretor gerente do FMI, Horst Kohler.

Segundo o comunicado assinado por todos os membros, "o Comitê concordou que os atuais preços do petróleo, se mantidos, impediriam o crescimento global, aumentariam as pressoes inflacionárias e afetariam adversamente as perspectivas para muitos países".

O comunicado é assinado, entre outros, pelos ministros das Finanças da Arábia Saudita, Emirados Arabes Unidos, Rússia e Argentina - países exportadores líquidos de petróleo.

Segundo Gordon Brown, o comunicado é um entendimento, e nao um acordo. "Mas essa é a primeira vez que temos um documento assinado por todos reconhecendo as razoes para estabilizar os preços do petróleo. Tanto produtores quanto consumidores assinaram este documento", frisou o ministro inglês.

Brown reconheceu que existem questoes complexas envolvidas no aumento da produçao, mas disse nao ter dúvidas de que há condiçoes de elevar os atuais níveis de produçao de óleo. Questionado sobre um patamar razoável para o preço do barril de petróleo, como referido no documento do Comitê, Gordon Brown disse que a referência é ao documento da última reuniao da Opep que defendia a estabilidade dos preços do barril entre US$ 22 e US$ 28.

Projeçoes - O ministro da Fazenda, Pedro Malan, também afastou a hipótese de o petróleo continuar cotado a US$ 35 o barril, como está sendo negociado atualmente, por muito tempo. "Ninguém acredita que os preços continuarao como estao", afirmou em entrevista coletiva em Praga. Por isso, o Brasil nao está fazendo alteraçoes nas suas projeçoes econômicas, nem quanto ao crescimento da economia, tampouco nas metas de inflaçao.

Em contrapartida, porém, a situaçao internacional do petróleo mudou radicalmente. "Nos últimos dois anos, o consumo do petróleo cresceu mais do que a produçao", observou Malan. Essa situaçao persiste e, portanto, a crise atual é diferente das que ocorreram no passado - por exemplo, em 73 ou 79 -, pois "a alta atual tem explicaçoes mais técnicas e os países exportadores já haviam alertado para o fato de que o petróleo havia chegado, em 1998 e princípio de 1999, a somente US$ 10 o barril, e que os poços deixaram de ser rentáveis".

Atualmente, o único país que pode aumentar rapidamente a oferta de petróleo é a Arábia Saudita, observou. "Os demais estao no limite da sua capacidade de produçao."




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