O maior recuo ocorreu em Parelheiros, na zona sul, a quarta zona eleitoral mais pobre de São Paulo. Lá, o candidato do PT teve dois de cada três votos no primeiro turno de 2012, quando seus principais adversários eram José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB). No domingo, porém, Haddad teve apenas 17,5% dos votos na região. Ele ficou atrás dos candidatos do PSDB, João Doria (28,2%), e do PMDB, Marta Suplicy (37,2%) - esta uma ex-petista que, ao menos em Parelheiros, conseguiu atrair para si parte considerável do eleitorado tradicional do PT.
No outro extremo, Haddad praticamente não perdeu votos na zona de Pinheiros, a segunda mais rica da cidade, segundo os dados do Censo de 2010. Em 2012, o petista teve lá 24,9% dos votos - seu sexto desempenho mais fraco, no ranking das 58 zonas eleitorais. Agora, praticamente repetiu a dose: 24,5%. A diferença é que, desta vez, foi o maior porcentual de votos do petista em toda a cidade.
Além de Pinheiros, as outras cinco zonas em que o candidato menos perdeu votos são todas de renda alta ou média: Jardim Paulista (-12,8%), Perdizes (-20,2%), Vila Mariana (-22,5%), Indianópolis (-28,7%) e Saúde (-29,1%). O recuo menor se deve, em parte, ao fato de o petista ter tido poucos votos nessas áreas já em 2012.
Há quatro anos, Haddad ficou à frente dos adversários em 27 das 58 zonas eleitorais. Em 2016, perdeu em todas.
Tucanos
O desgaste do petista nas zonas periféricas coincidiu com o avanço de Doria nessas áreas. Em zonas de baixa renda como Parelheiros, Grajaú e Cidade Tiradentes, a taxa de votos de Doria foi mais que o dobro da de Serra há quatro anos.
Em Parelheiros, o candidato do PSDB teve no primeiro turno, há quatro anos, 13,6%. No domingo passado, Doria obteve lá 28,2% - a diferença entre as duas taxas é de 107%.
Por outro lado, Serra teve desempenho superior ao de Doria em apenas duas zonas - as mais ricas da cidade: Jardim Paulista e Pinheiros. Em Perdizes, Vila Mariana e Indianópolis, os dois tiveram desempenho similar. Todas essas áreas são tradicionais redutos anti-PT, onde o principal adversário do partido costuma atrair mais do que a maioria absoluta dos votos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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